“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam”
Neste versículo, Jesus está chamando para uma decisão radical por
parte de seus discípulos a se arrependerem do materialismo mundano e
dirigirem seus corações para Deus e Seu reino. Embora a Bíblia não
classifique a riqueza como boa nem como ruim, ela nos avisa que o amor à
riqueza é um grande mal (I Timóteo 6:10) e que a busca e o acúmulo de
riqueza só nos levam à perda e vergonha no dia do juízo (Tiago 5:2-3).
Independentemente dos avisos que percorrem toda a Bíblia, parece que o
desejo por riqueza é quem mais compete com Deus pelos corações dos
homens. É irônico que, embora a maior parte das pessoas gaste a maior
parte do tempo “valorizando tesouros”, pouquíssimos deles realmente já
“possuíram tesouros”. E aqueles raros indivíduos que realmente obtiveram
seus tesouros aqui na terra rapidamente se cansaram desses tesouros
depois que os conquistaram. Não é uma grande tolice trocar os gloriosos
presentes de Deus por tesouros terrenos que nós raramente conseguimos
obter, e se por acaso nós conseguimos, nós rapidamente enjoamos deles?
Diga uma coisa neste mundo que seja altamente cobiçada pelos homens e
nós podemos avaliar rapidamente seu verdadeiro valor com uma pergunta
simples: “Isso é eterno?”. Se for, vale a pena ser obtido ainda que isso
custe todas as outras coisas. Se não for, seu valor é equivalente ao do
pó que isso vai virar. Buscar por tal coisa é um desperdício patético
de vida humana.
“mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;”
As Escrituras não falam contra tesouros ou a busca de tesouros, mas
ela fala contra o desperdício insensato da vida que Deus nos deu na vã
perseguição de coisas que não têm valor eterno e nunca poderiam saciar o
desejo infinito do coração por eternidade. Em Isaías 55:2, a Bíblia
balança perplexa sua cabeça para os hoens que buscam pelo temporal à
custa do que é eterno:
“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?”
Nada, exceto a pessoa e a vontade de Deus, pode preencher o homem. O
único tesouro que vale a pena ter é aquele que é eterno e vem de Deus.
Tal tesouro é encontrado apenas ao se fazer a Sua vontade, vivendo para
Sua glória e buscando o Seu Reino. Deus não prometeu cuidar de nós? Ele
não prometeu suprir nossas necessidades? Ele não se mostrou capaz e
disposto a encher Seus filhos de bênçãos e não lhes reter nada de bom?
Por que, então, nós colocamos nossas buscas terrenas à frente da busca
de Deus e à frente das buscas de Deus? Nossa única obrigação é também
nosso único meio de verdadeiramente viver uma vida abundante e
satisfatória – “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mateus
6:33). Céu e terra passarão, os produtos inferiores deste mundo serão
queimados no fogo como feno, madeira e palha (I Coríntios 3:12-15). No
entanto, o homem que faz a vontade de Deus permanece para sempre e suas
obras durarão para a eternidade (I João 2:17). Não haverá arrependimento
no céu por se ter vivido “demais” para o reino de Deus, mas nós podemos
garantir que haverá grandes arrependimentos por ter vivido “tão pouco”.
“porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”
De vez em quando nas Escrituras, somos confrontados por certas
declarações que abrem nossos corações e revelam a verdade sobre nosso
caráter e nossos desejos. O versículo acima é uma dessas declarações.
Independentemente da frequência ou da força com que declaramos que Deus e
seu Reino são nosso maior desejo, o verdadeiro desejo de nossas vidas
pode ser revelada pela menor e mais simples das perguntas: onde está
nosso coração? O que ocupa nossos pensamentos acima de todas as outras
coisas? O que almejamos? Podemos dizer de verdade que Deus e Seu Reino
são nossa paixão?
E se um estranho que não conhecesse nossa confissão cristã observasse
nossas vidas e lesse nossos pensamentos? Ele estaria convencido de que
Deus e Seu Reino são nossas duas maiores prioridades? Ele escutaria uma
conversa quase constante sobre as misericórdias de Deus e o avanço de
Seu Reino?
Ele nos ouviria orar com paixão pelas nações não evangelizadas? Ele
nos veria passando noites em claro porque o Nome de Deus não é altamente
estimado entre todos os povos, porque Seu Reino ainda não cobriu toda a
Terra, ou porque Sua vondade não é obedecida ou sequer conhecida pela
grande maioria dos homens?
Se fôssemos honestos, seríamos forçados a admitir que ele nos ouviria
falar sobre casas e terras, carros e brinquedos, recreação e hobbies.
Ele nos veria obcecados com preocupações mundanas, vontades e prazeres.
Ele ouviria muito pouco sobre Deus em nossa conversa diária, veria pouca
atividade dirigida ao avanço do Reino, e pensaria que seria absurdo se
alegássemos que nosso tesouro está no céu!
(Conclusão amanhã na Parte 3.)
por Paul Washer Fonte: IProdigo
Traduzido por Daniel TC | iPródigo | Texto original aqui.
Anselmo Melo
Anselmo Melo,
Carioca, casado e pai de três filhos (herança do Senhor). Pastor Evangélico e empresário. Moro atualmente no Estado de São Paulo onde pastoreio a Igreja de Nova Vida em Limeira. Sou fundador e presidente da Associação Projeto Resgate Vida.
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18:15
Esse artigo foi republicado com a permissão de Pastor Anselmo Melo