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As heresias fatais do “Amor” – Bereianos

Bereianos

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Por Richardson Gomes

Nesses últimos dias tenho ouvido alguns discursos de certos mestres da atualidade, frutos de uma teologia pós-modernista, que têm como base ideológica o que eles chamam de amor. São doutrinas estranhas, porém muito conhecidas, que têm sido abraçadas e pregadas por pastores e líderes que são referências no cenário evangélico de hoje. Eloquentes, donos de excelentes oratórias, pastores como Ed René Kivitz, Caio Fábio, Ariovaldo(s), Ricardo Gondim, dentre outros, que afirmam heresias que acabam negando muitas verdades centrais de todo o cristianismo.

Creio que se os pastores não atentarem para um rigoroso zelo pelas verdades bíblicas, alinhando-se e adequando-se à teologia ortodoxa, serão certamente seduzidos pelo universalismo (que afirma que todo humano será salvo), pelo teísmo aberto (que tira de Deus o controle do mundo em que vivemos), pela teologia liberal (que nega a inerrância e a infabilidade da Bíblia), pela missão integral (coloca a ação social acima da pregação do evangelho) e outros pensamentos fatais. Com isso, permitirão que, aos poucos, essas ideias adentrem em suas igrejas e, com elas, o mundanismo e a secularização ganharão força e deixarão a Bíblia, a Palavra de Deus, de lado, caracterizando igrejas verdadeiramente doentes. Esse é o motivo porque isso é tão perigoso – e este alerta é tão importante.

Me preocupo muito quando observo no discurso de todos esses propagadores, uma carga superficialmente piedosa, tão grande que chega realmente a enganar quem quer que esteja ouvindo, se não houver forte teor crítico baseado nas Escrituras. Seus pensamentos se baseiam em valores como o amor de forma tal como se Deus, em nome desse amor, pudesse contradizer o que Ele revelou de si mesmo nas Sagradas Escrituras. Nem tudo que carrega palavras bonitas, carismáticas e até piedosas é bíblico. Não podemos nunca deixar princípios bíblicos de lado em nome do “amor”. Deus é o próprio amor e ir contra ele não é amar (I Jo 4:8).

Cria-se então um “deus” que é feito de acordo com os princípios e valores humanos. Não é que Deus vai estar sempre contra todos os nossos princípios morais, uma vez que a moral nos foi dada pelo próprio Deus, mas, como diz Tim Keller: “se o seu deus nunca discorda de você, você pode apenas estar adorando uma versão idealizada de si mesmo”. Diante de uma humanidade caída e pecadora, um deus baseado no pensamento humano seria, no mínimo, finito e pecador. E nesse deus, nenhum cristão deveria crer. O Deus da Bíblia não é separado em seus atributos. Ainda que Deus seja amor, Ele também é justiça. Ele também é santo e odeia o pecado. E se somos pecadores, sempre há momentos em que somos confrontados com verdades duras para nosso coração depravado. E o que fazer? Moldar Deus a nós mesmos ou sermos moldados por Ele?

Uma grande parte de pregadores, líderes e pastores têm trazido às suas ovelhas mensagens que agradam ao homem e que são de fácil aceitação. São muito bonitas, carregam até alguns valores, mas negam verdades bíblicas e prejudicam o verdadeiro e fiel cristianismo. O problema do “falar o que os outros querem ouvir” têm crescido fortemente em muitas igrejas evangélicas. Através deles a Escritura começa a ser deixada de lado, a paixão pela santidade é esquecida e uma verdadeira piedade não é mais vivida. Em nome do “amor” muitos estão negando a Bíblia; em nome do “amor”, estão barateando a graça de Cristo; em nome do “amor”, estão deixando de pregar um Deus santo; em nome do “amor”, estão mantendo crentes sem nenhum compromisso nas igrejas; em nome do “amor”, estão deixando de lado o verdadeiro Amor, o amor cristão, o amor bíblico, o amor que vem de Deus e que nunca, em nenhuma hipótese, negará os Seus princípios.

É isto que temos ouvido nesses difíceis tempos: “Deus é amor, Ele não te punirá”, “o inferno estará vazio”, “todos serão salvos”, “continue como está”, “é só amar, dar comida aos pobres e pronto, estarão quites com Deus”, “Deus não iria se importar com isso”, “o que vale é o amor”, “Deus não se ira”, e muitas outras frases que demonstram a falta de compromisso bíblico na pregação. Estes pensamentos movidos por Satanás são frutos de uma graça barata, que exclui a santidade em detrimento da “graça”. Como se Deus tivesse deixado sua justiça de lado por ser Ele o amor. Não! Deus é amor e justiça e, ao mostrar sua misericórdia para conosco, aplicou sua justiça em Jesus Cristo. A verdadeira Graça Valiosa de Deus nos salva para que sejamos irrepreensíveis e que procuremos, a todo modo, agradar a Deus e amá-lo acima de qualquer coisa.

Se não desembainharmos a espada do evangelho e lutarmos contra estas ideologias que pregam o respeito e a aceitação como se fossem contrárias ao zelo doutrinário, estaremos nos conformando com o mundo (Rm 12:2) e deixando-o entrar em nossas igrejas. O evangelho não é socialismo, não é uma ONG, nem autoajuda. O evangelho é o poder de Deus para salvar todo aquele que crê (Rm 1:16) e se não o conhecermos tal como ele é nas Escrituras, erraremos feio (Mt 22:29). Se olharmos apenas para o segundo mandamento mais importante (que é amar ao próximo como a nós mesmos) e taparmos os olhos para o primeiro (que é amar a Deus sobre todas as coisas) estaremos cumprindo de maneira totalmente errada e pecaminosa o segundo mandamento (Mt 22:37-39). Nunca poderemos amar ao próximo com um amor bíblico e cristão se não amarmos a Deus e a sua glória acima de qualquer outra coisa. Pois se amamos a Jesus, obedeceremos os seus mandamentos (Jo 14:15) mesmo que não agrademos os homens ou a nós mesmos. Atente-se para o que J. C. Ryle diz em um de seus livros:

“Estão se levantando mestres que atacam abertamente a doutrina da punição eterna, ou que estão procurando invalidá-la mediante as suas distorcidas explicações. Muitos estão ouvindo declarações plausíveis sobre ‘o amor de Deus’ e a impossibilidade de um Deus amoroso permitir um inferno de chamas eternas para os homens. Assim, a eternidade da punição é divulgada como uma mera ‘questão especulativa’ acerca da qual os homens podem acreditar da forma que mais lhes agradar. Em meio a todo esse dilúvio de falsas doutrinas, retenhamos firmemente a antiga verdade da Bíblia. Não nos envergonhemos de crer que existe um Deus eterno, um céu eterno e uma eterna punição. Lembremo-nos que o pecado é um mal infinito. Foi necessário uma expiação de infinito valor para livrar o crente das consequências do pecado; e há uma infinita perda, para o incrédulo que recusa o único remédio providenciado para resolver o problema do pecado. Acima de tudo, depositemos toda a nossa confiança nas claras afirmações bíblicas, como esta que temos à nossa frente. Um texto bíblico claro vale mais do que mil argumentos confusos.”

Não quero, de maneira nenhuma, menosprezar o amor. Apenas quero ajudá-los a compreender o verdadeiro amor cristão. E este nunca será como é no mundo fora de Cristo. O amor verdadeiro não lança mão das Escrituras, não menospreza a glória de Deus, nem sua santidade, nem sua ira e nenhum de seus atributos. Este amor nunca fará parte de nenhum tipo de teologia liberal e nenhum discurso humanista. O amor cristão, no qual cremos, é aquele que exalta um Deus santo que se doou verdadeiramente para que pecadores como nós sejamos resgatados e totalmente transformados para o louvor da glória da Sua graça (Ef 1:4-6).

“Amem o Senhor, todos vocês, os seus santos! O Senhor preserva os fiéis, mas aos arrogantes dá o que merecem.” – Salmos 31:23

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Fonte: Electus

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Esse artigo foi republicado com a permissão de Blog Bereianos

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