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O Gueto de Varsóvia e a Perseguição dos Judeus na Europa

João Cruzué

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Mapa do Gueto de Varsóvia.


Por João Cruzué 

Antes de traduzir esta matéria, quero deixar alguns comentários. Uma de minhas visitas prediletas depois do meu almoço, é nas Lojas Americanas, com entrada pela Rua José Bonifácio, Centro de São Paulo. Na sobreloja há um espaço com uma infinidade de livros e títulos de DVD’s  que estão à venda. Em uma dessas incursões, deparei-me com o filme: “Mein Kampf”. A princípio, pensei que se tratasse de um filme baseado no livro escrito por Hitler – o mandante do assassinato de seis milhões de judeu, além de ciganos e russos. Eu estava disposto a descobrir como um austríaco pode dominar  as consciências de milhões de alemães, lavando-lhes a  mente, ao ponto de uma obediência absoluta.

Quando vi o filme, entendi que não se tratava do livro de Hitler, mas da reunião de vários documentários gravados por nazistas, que foram parar em mãos de judeus. O que mais me sensibilizou durante o filme foi a abordagem do Gueto de Varsóvia, um lugar onde 450 mil judeus foram amontoados para morrer de peste e fome.  Fui direto à fonte,  no portal do Museu do Shoah, para buscar o material de tradução. Uma coisa me tocou profundamente neste episódio: A vontade soberana de Deus no cumprimento do que está escrito no Salmo 66;10: “Pois tu, o Deus, nos provastes; tu nos afinaste como se afina a prata.” 

O GUETO DE VARSÓVIA

Crédito: yadvashem.org


Tradução de João Cruzué

Em Varsóvia,  capital da Polônia, os nazistas estabeleceram o maior gueto de toda da Europa, [durante a segunda guerra mundial]. Cerca de 375 mil judeus viviam em Varsóvia antes da guerra; aproximadamente 30% da população da cidade. 

Em setembro de 1939, imediatamente após a rendição da Polônia [para os alemães], os judeus de Varsóvia foram literalmente encurralados como animais e obrigados ao trabalho forçado [dentro de um espaço estimado de 1.600 m x 2.400 m  – conforme mapa na figura].


Ainda em 1939, os primeiros decretos anti-judaicos foram aprovados. Todos os judeus obrigatoriamente deviam usar uma braçadeira branca com a estrela azul de David. Depois, medidas econômicas foram tomadas, exclusivamente, com o propósito  de fechar-lhes a porta dos empregos.


O Judenrat (conselho judaico local) foi estabelecido sob a liderança de Adão Czerniakow e, em outubro de 1940, o determinação do estabelecimento de um gueto foi anunciado [pelos nazistas]. No dia 16 de novembro os judeus foram amontoados dentro da área do gueto [cerca de 1.600 m de largura por 2.500 m de comprimento – em média] 


Embora um terço da população de Varsóvia fosse judaica, o gueto tinha somente 2,4% da área da cidade. Massas de refugiados que tinham sido trazidas de outros lugares para Varsóvia foram despejadas no meio do gueto, até sua da população  chegar a 450.000 seres humanos.

Rodeado de muros, que os próprios judeus foram obrigados a construir, debaixo do vigilância severa e violenta, os judeus de Varsóvia foram segregados do mundo exterior. Dentro do gueto suas vidas oscilaram na luta desesperada entre a sobrevivência e morte por doença ou inanição. As condições de vida vivas eram insuportáveis e o gueto foi extremamente abarrotado. Em média, entre seis a sete pessoas viviam em uma sala e as rações alimentares diárias eram o equivalente a um décimo do mínimo necessitado.

Os muros do gueto não puderam silenciar a atividade cultural de seus habitantes, contudo, e apesar das condições apavorantes de vida no gueto, os artistas e os intelectuais continuaram em suas perspectivas criativas. Além disso, a ocupação Nazista e a deportação para o gueto serviram de incentivo ao ímpeto dos artistas para buscar alguma forma de expressão sobre a visita da destruição sobre o seu mundo. No gueto havia bibliotecas em um arquivo subterrâneo, o “Oneg Shabbat”, movimentos juvenis e até uma orquestra sinfônica. Os livros, o estudo, a música e o teatro serviram de uma fuga  e como uma lembrança das suas vidas prévias diante da realidade áspera que os rodeava.


A superpopulação do gueto o transformou em foco de epidemias e mortalidade em massa, que nem as instituições da comunidade judaica, nem a Judenrat,  nem as organizações de assistência social foram capazes de combater [no gueto não havia rede de esgotos]. Mais de 80.000 Judeus morreram ali. 


Em julho de 1942, começara as deportações para o campo da morte em Treblinka. Quando as primeiras ordens para deportação foram recebidas, Adão Czerniakow, o Presidente da Judenrat, recusou-se a preparar as listas de pessoas para os registros de deportação,  em vez disso, suicidou-se em 23 de julho de 1942.


Fim da tradução.


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Comentários finais: A palavra gueto, segundo a wikipedia, etimologicamente, pode ter varias origens, mas é possível observar que na maioria dos casos era para designar um lugar de segregação de judeus. Na própria língua hebraica, o termo “get” significa literalmente “Nota de Divórcio”. 


Em 1555, o Papa Paulo IV criou o Gueto Romano e emitiu um Cânone para forçar os judeus a viverem naquela área. O Papa Pio V também recomendou que todo os estados fronteiriços a Roma, deviam estabelecer um gueto para os judeus. Por isso, no século XVII, todas as principais  cidades perto de Roma, tinham o seu gueto de judeus. 


Todos estes guetos, citados, não eram hermeticamente cercados como no caso de Varsóvia. Eram áreas de moradias comunitárias “sugeridas” para judeus – apesar de isoladas.









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Esse artigo foi republicado com a permissão de Olhar Cristão