Uma resposta ao artigo: Dez Coisas Que Você Jamais Poderia Votar a Favor Enquanto Segue a Jesus.
O que temos a oferecer ao leitor, agora, é uma refutação sistemática ao texto intitulado “Dez Coisas Que Você Jamais Poderia Votar a Favor Enquanto Segue a Jesus”.[1] Não é, nem de longe, um bom artigo. Não há referências significativas nem qualquer indício de pesquisa. Não há nem mesmo referências bíblicas ou qualquer sinal de exegese. Então, por que respondê-lo? Um amigo progressista com alguma influência tornou-o público e foi bem recebido. Endossaram-no como se tivesse real substância ou relevância. A despeito de parecer uma provocação a nós, autores destes textos,[2] por considerarmos as opiniões anti-bíblicas, equivocadas e até nocivas, e por terem se popularizado e estarem, aqui e acolá, presente na maioria dos textos dos ditos ‘cristãos progressistas’, vale a pena responde-lo afim de que já sirva para lidar com todos eles e aproveitar o ensejo da breve popularidade do texto com a finalidade tentar remediar os males que podem essas ideias causar. O texto consegue errar em absolutamente tudo. Até mesmo na introdução, ao tentar dizer o que é um cristão, peca por não fazer referência ás Escrituras. Não há – não por acaso – um apontamento para as páginas sagradas para definir o que é um cristão. Tudo que temos é um genérico (palavra de ordem para o texto, en passant) “seguir a Cristo implica certas coisas, motivações, sentimentos, ações e princípios”. Quais coisas? Quais motivações? Quais sentimentos? Quais ações? Quais princípios? Evidentemente são aqueles que o autor do detestável artigo articulou em sua própria cabeça (certamente mais progressista do que bíblica – para não dizer ‘totalmente progressista’).
Curiosa e ironicamente, o que o autor considera incompatível com a visão cristã de mundo é exatamente o que ela exige. Em outras palavras, quando ele pergunta: “Pode alguém que faça todas as coisas citadas por esta lista, chamar a si mesmo de ‘cristão’?” Só poderíamos responder que não só pode como DEVE. A sociedade tem uma visão ruim dos cristãos por mil e outros motivos – o que não é possível desenvolver aqui. Mas se ela tiver que nos odiar por posições cristãs, que nos odeie. Vale lembrar – également en passant – que os cristãos foram odiados pelo Império Romano por suas posições subversivas a respeito do verdadeiro Senhor (Dominus, κύριος).
1 – “Leis anti-LGBT’s”
Nesta primeira parte pretendemos apenas salientar alguns problemas concernentes à argumentação do autor para tentar coadunar a posição cristã com as leis pró-LGBT. A questão da legitimidade das leis com valores cristãos e a questão da suposta ‘imposição da fé’ será discutida doravante.
Uma palração comum de progressistas ao lidar com as críticas bíblicas ao homossexualismo é apontar que Jesus não os ‘discriminou’. E, claro, não pode faltar o argumento de que Jesus ‘incluiu’ a todos ou não disse que ‘não têm os mesmos direitos que os nossos’. Não há como ser mais equivocado em encarar dessa forma os ditos e ações de Jesus.
Para começo de conversa, a linguagem é muito evasiva. Teríamos de perguntar o que querem dizer por ‘discriminar’ ou ‘incluir’. Alguém desavisado poderia, irrefletidamente, pensar que, realmente, Jesus não os discriminava e também incluía a todos. Com o intuito de ser direto ao ponto, basta observarmos que ele condenava sim os homossexuais na medida em que suas posições doutrinárias são as da própria Escritura.[3] Diante disso, é assustador ver o texto argumentar ‘que o amor vence’ sem qualquer palavra de condenação ao homossexualismo! Lado outro, vemos isto: “…antes de vermos alguém como LGBT ou hétero, precisamos ver alguém como uma filha ou um filho de Deus, merecedora de amor, respeito, liberdade e dignidade”. Um disparate completo! É a admissão tácita de que um LGBT é um filho de Deus? Para ser justo com o autor, parece-nos que ele não entende o que a expressão ‘filho de Deus’ quer dizer e, por ela, tomou todo e qualquer ser humano, cristão ou não, salvo ou não. Demonstrando incrível ignorância bíblica,[4] ele está apenas afirmando que todos são seres humanos, ‘merecedores de amor, respeito, liberdade e dignidade’, no que, em partes, concordamos.
Além disso, o que esse tipo de afirmação realmente quer dizer? Ele está pressupondo que tudo aquilo que Jesus não condenou não era pecaminoso? Esse é um argumento extremamente delicado[5] pois faz Jesus endossar crimes evidentemente banais como a pedofilia ou até mesmo o estupro. Afinal, algum de nós conseguiríamos alguma condenação explícita a esses e muitos outros crimes e pecados? Então Jesus os aprovava? É evidente que não!
A pergunta que se segue é o porquê de Jesus não ter mencionado esses pecados e sim alguns outros. A resposta, embora não tão patente para uma reflexão abrupta, é muito óbvia. Jesus abordou os pecados explícitos em seu contexto social. Na medida em que se deparava com determinados tipos de pecadores, lidava especificamente com seus pecados. Não faria sentido algum ele começar a falar de pecados dos quais seus ouvintes não tinham prática ou pouco conheciam. Ainda que não exatamente ortodoxa, a sociedade judaica preservava a moralidade bíblica e era culturalmente determinada por esta. Não havia homossexuais como numa sociedade romana típica, ou pederastas como os gregos antigos, ou todo tipo de baixaria tupiniquim hodierna.
Ainda há de se mencionar o fato de que Jesus reproduzia a lei, a qual não pretendia negar mas, ao contrário, cumprir.[6] Ele não precisava expor cada vírgula do que o Antigo Testamento defende em termos de moralidade para declarar anuência.
E por ‘incluir’? Jesus ir à casa dos pecadores de toda estirpe não significava que ele não os condenava. O que devemos fazer, como fez o mestre, é interessar-se sinceramente pela vida de todo pecador buscando redimi-lo apresentando-lhe o Evangelho.[7] Jesus se apresentava. Ele condenava-os mas não sem lhes dizer que podiam encontrar, nele, perdão para seus pecados e uma nova vida. Não se esqueçam dos ‘vá e não peque mais’.
Portanto, esse discurso progressista de que Jesus não discriminava a ninguém, que incluía a todos, está longe de ser uma visão clara sobre o que acontecia. Amá-los não era outra coisa que não denunciar-lhes os pecados para que fugissem da ira vindoura. Falta de amor seria Jesus não condená-los.
2 – “Forçar através de políticas, [sic.] pessoas a seguirem sua religião e princípios morais”.[8]
Essa visão cor-de-rosa de Jesus só poderia vir de um texto encaixotado numa perspectiva progressista. Como é padrão nas argumentações mal elaboradas, o autor vale-se de termos muito abrangentes como ‘mansidão’, ‘respeito’ e ‘liberdade’ para criar uma enorme confusão na mente do leitor que fica obrigado a anuir ao argumento de que Jesus é manso; que Jesus, por ser bom, era respeitoso; que Jesus, por ser bom, apreciava a liberdade. Acontece que há diferentes conceitos de liberdade e respeito, bem como é difícil definir, exatamente, o que é mansidão. Moisés, o mais manso dentre os homens,[9] foi aquele que bateu numa rocha quando não precisava, em Moriá[10] e parecia muito ‘esquentadinho’ em diversas ocasiões. Tudo bem, alguém argumentará que, nesses casos, temos uma atitude pecaminosa, ao que não poderemos discordar. Apenas queremos questionar a aproximação de ‘manso’ com passivo. E que tal se pensarmos em Jesus ‘tocando o terror’ no templo, expulsando vigorosamente os que ali praticavam comércio? Será que ele deixou de ser respeitoso e não respeitou a liberdade daqueles homens? Será que lhe faltou amor para com aqueles homens?
Toda essa argumentação falha em compreender noções básicas de tolerância. É como se entendessem que tolerância fosse um valor transcendente inegável que não poderia ser rejeitado em qualquer visão de mundo. Buscando ser breve, tolerância é um valor, comportado por algumas visões de mundo e rejeitado por outras. E, como valor dentro de um conjunto de valores, a própria tolerância é cerceada por outras crenças e valores morais. Por exemplo, a tolerância progressista propõe que todo tipo de perspectiva cultural seja respeitada, menos aquela que acredita que as demais não devam ser toleradas. O problema é que se arrogam totalmente tolerantes, quando não percebem esse tiro saindo pela culatra. Do lado de cá, admitimos claramente que nossa tolerância é limitada por outros valores. Não toleraríamos que numa cultura qualquer – como a de muitas tribos indígenas – crianças fossem mortas e mulheres estupradas com consentimento da sociedade por conta de alguma particularidade qualquer, como a morte de gêmeos, a morte de crianças com algum defeito, ou o direito de algum cacique tomar as mulheres da tribo segundo seu alvitre. Se estiver no nosso poder impedir tais absurdos, para o inferno com a tolerância! Se alguém tem algum respeito pelo ser humano não deveria tolerar. Isso é amor.
Quanto ao argumento de que o amor patrocina a liberdade irrestrita do próximo, temos que apontar, novamente, outros problemas. Primeiro que essa opção, se generalizada, encontra graves problemas em relação aos valores bíblicos. O sexto mandamento (‘não matarás’) é transgredido quando não impedimos que alguém se mate estando em nosso poder impedi-lo. Se encontrarmos um bom amigo prestes a se matar e pudermos impedi-lo não parece ser exatamente uma atitude das mais valorosas dizer que respeitamos sua decisão. Não de acordo com a visão cristã de mundo.
Outra falha no raciocínio é achar que as decisões que as pessoas tomam não afetam a ninguém senão a elas. Não haveria como ser mais ingênuo. Uma vez em sociedade, todas as nossas ações livres podem incidir no outro de alguma forma. Se escolhermos nos drogar no nosso quarto certamente, no mínimo, prejudicaremos nossos pais e amigos que, por nos amarem, tentarão nos dissuadir de tal escolha. E não podemos exigir que eles não sejam afetados ou não se importem.
Concordamos que haja liberdade? Sem dúvida! Tolerância? Sem dúvida. Liberdade e tolerância sem limites? Isso não existe.
E nesse show de A-criteriosamente todo e qualquer termo chave para a discussão, ele anuncia a Jesus como ‘Príncipe da Paz’ sem se lembrar que, além do que já apontamos acima sobre o Jesus-cor-de-rosa, o mesmo Jesus instaurará a paz perene mediante o juízo final e condenação final dos ímpios. Ou o exercer da justiça, vingança e punição o torna menos príncipe da paz por isso? É claro que ele não era ditador, mas a alternativa não é ser pacifista ou progressista. Até porque – e esse é o ponto fulcral deste argumento – o energúmeno não percebe que sua proposta de ‘não imposição de valores’ é atrelada ao pressuposto da neutralidade.[11]
Vamos distinguir entre ‘impor religião’ e ‘impor valores morais’. Estamos convictos que os nossos valores se justificam em nossas crenças religiosas. É em Deus que se justifica a existência real dos valores morais, ou, em termos mais técnicos, a objetividade dos valores morais.[12] Mas é possível que outras pessoas concordem com nossos valores sem que abracem a nossa fé. São possíveis mútuos acordos entre visões de mundo diferentes ou mesmo a persuasão. Tudo isso deve ser resolvido no ‘foro’, na ‘ágora’, na discussão pública e democrática. Se as pessoas acatarem e elegerem representantes que proponham e legislem conforme determinados valores, que assim seja. E se valores que não pudermos aceitar forem promulgados, que resistamos. Eis como a nossa visão de mundo encara as coisas.
Entretanto, algum iluminado defensor da imparcialidade e da neutralidade alegaria que, assim, estaríamos impondo nossos valores aos demais. Em abono a tal visão, alegariam a laicidade do Estado e coisas do tipo. O que não percebem com isso é que, em nome de tal laicidade, propõem, na verdade, a universalização da visão naturalista de mundo como se esta fosse não uma das opções dentro do ‘mercado de cosmovisões’, mas a visão de mundo básica da qual abraçamos uma determinada religião ou filosofia. É como se a visão de mundo sem qualquer crença fosse ateísta, empirista e naturalista. A fé em Deus (qualquer um) seria um acréscimo a essa perspectiva neutra na qual todos se encontram. Quaisquer valores que acompanham essa crença (e outras) são acréscimos que devem ser retirados e restritos a ‘fórum íntimo’. Acontece que essa perspectiva não poderia estar mais equivocada. A própria visão de mundo ateísta é apenas uma das opções possíveis dentre as cosmovisões existentes. E ela, como todas as demais, está recheada de crenças. Um ateísmo empirista a la Dawkins, Sagan e cia., e. g., pressupõe a existência do mundo externo, a justa correspondência entre nossos sentidos e o mundo externo,[16] a adequação de nosso aparelho cognitivo para a investigação do mundo, a ordem do universo[17] e assim por diante. Portanto, de um jeito ou de outro, a não ser que todo um povo regido por uma determinada legislação abrace a mesma visão de mundo, sempre haverá ‘imposição de crenças’. Sempre! Se não tentarmos ‘impor’ as nossas, nos submeteremos à imposição das crenças alheias, da visão de mundo que ganhar o debate político e convencer mais pessoas de sua integridade (ainda que disfarçada de visão neutra, como acontece no mundo secularizado hodierno).
Pra finalizar, precisamos olhar criticamente para a palavra ‘impor’, pois ela, por si, já é carregada de negatividade e não traduz corretamente a proposta. Tal como defendemos, as ideias seriam discutidas publicamente em universidades, na mídia e nas instituições políticas. Após a exposição adequada de cada uma, haveria uma abertura democrática para que o povo escolhesse seus representantes que, por sua vez, fariam leis conforme sua cosmovisão já que é impossível não pensar em valores e regras apartado dela ou de alguma outra. Isso não é impor, a não ser que o tal autor do artigo considere uma decisão democrática sobre a minoria perdedora uma ‘imposição ditatorial’.
“Cristo […] estava longe de ser um rei com governo físico”, afirma o autor. Com alguma razão, é verdade, pois Jesus mesmo disse que seu reino não era desse mundo. O que isso quer dizer? Que não há incidência do reino de Deus no mundo? O que faremos, se for assim, com o ‘venha o teu Reino’ da oração dominical?[18] E com o ‘feliz é a nação em que Deus é o Senhor’ do salmista? [19] E com o ser ‘sal da terra e luz do mundo’ do discurso do próprio Jesus?[20]
Como autêntico canalha, tinha que haver uma falácia gritante no meio de tudo isso, o famoso e medíocre argumentum ad baculum: “Se você impõe sua fé sobre outros, apoia a oração obrigatória do Pai Nosso em escolas e ambientes públicos”. É claro que argumentar que se deve fazer política com nossos pressupostos nada tem que ver, necessariamente, com obrigação de ritos de nossa religião ao povo (a não ser que todos o queiram). É muito possível que um ateu concorde conosco no que diz respeito à desestruturação da família pela agenda LGBT, que não apoie as reivindicações de determinadas vertentes feministas como as do aborto ou de agendas em prol de vantagens sobre os homens, e muitas outras coisas nesse sentido. Tudo será decidido ‘na ágora’. Poderíamos apelar para algumas falácias semelhantes para responder, caso a argumentação racional e honesta não surta efeito por não ser do mesmo ‘idioma’ do articulista. Poderíamos dizer que se não concordarmos com a ‘imposição’ de valores e ‘religião’, então estaríamos concordando com a supressão da religião, com a morte aos teístas (ou politeístas, ou panenteístas… etc.). É claro que a ligação não é necessária. Mas, argumento tosco por argumento tosco…
Por fim, a última frase infeliz e ingênua do artigo: “se você apoia a imposição de regras morais sobre a vida de pessoas através do estado [sic.], você não é um Cristão”. Será que ele acha isso realmente errado em todas as situações? Acha que Israel, no Antigo Testamento, era uma nação anticristã?[21] E, afinal, como é que o Estado fará leis, julgará e as executará sem que haja qualquer referência moral? A própria ideia de que não haja uma autoridade para impor a moral já é uma opção moral! Essa frase infeliz é uma ótima amostra do que é a mente confusa de um progressista que quer ser, ao mesmo tempo, cristão, mas acaba invertendo tudo, cometendo todo tipo de erros conceituais, falácias e equívocos. Há como ser mais patético?
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Notas:
[1] Que pode ser encontrado no seguinte endereço:
[2] Segundo a divisão que propusemos, ficou determinado que Lucio Antônio de Oliveira cuidasse da introdução, conclusão e dos pontos um (1) e nove (9). Nathan Rodrigues Falcucci ficou com o ponto oito (8). Daniel Pinto Rosa ficou com os pontos três (3), quatro (4), seis (6) e sete (7). Charles Lucio de Oliveira, por fim, ficou com o ponto cinco (5). O ponto dois (2) envolve uma controvérsia que preferimos deixar de tratar neste artigo por demandar mais estudos específicos. Quanto aos demais, estamos convictos de que poderemos defende-los de quaisquer tréplicas.
[3] Sobre este ponto, não pretendemos expor o porquê das Escrituras condenarem o homossexualismo e as refutações aos pseudo-intérpretes que tendam desqualificar os textos e permanecerem cristãos. Podemos recomendar textos óbvios e algumas indicações de leitura e vídeos. Alguns dos textos inegáveis a esse respeito são, no Antigo Testamento, Levítico 18:22-24, 20:13; no Novo Testamento, Romanos 1:24, 26-27; 1 Coríntios 6:9.
[4] Como leitura recomendamos o excelente artigo no Teologia Brasileira: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=448. Para aperfeiçoar ainda mais o tema há várias obras sobre o assunto, dentre as quais recomendamos daquele que particularmente o autor dessas linhas considera um dos maiores apologistas de todos os tempos: http://editoramonergismo.com.br/?product=homossexualismo-uma-analise-biblica. Há bons vídeos a respeito do assunto. Recomendamos fortemente: https://www.youtube.com/watch?v=ssoP88_Y6y8 e https://www.youtube.com/watch?v=rKClkIKWeKE.
[5] Não precisamos nos delongar muito para demonstrar que a filiação é dádiva para o salvo, o cristão. Basta observarmos textos como os de João 1:12-13 e Romanos 8:14-17. Observemos que, no primeiro, é nos dito que, ao crermos em Cristo ganhamos o poder de sermos chamados filhos de Deus. No segundo somos informados que recebemos o espírito que clama ‘Aba, Pai’, que os filhos de Deus são guiados pelo Espírito (o que, evidentemente, não é uma realidade universal) e que são herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. Chamamos isso da doutrina clássica da ‘Adoção’ [cf. qualquer Teologia Sistemática, na parte de soteriologia]. O que precisamos esclarecer, por agora, é que a condição para sermos adotados e, assim, poder chamar a Deus de Pai é crermos em Cristo e, crer nele é acreditar que ele é quem as Escrituras dizem que é, e que ele fez o que a Escritura diz que fez.
[6] Diga-se de passagem, é o argumento que Caio Fábio usa na entrevista concedida ao ‘The Noite’, como pode ser conferido aqui: https://www.youtube.com/watch?v=p4LiQ-2j9Vg.
[7] Cf. a distinção que Falcucci faz, doravante, sobre os tipos de leis.
[8] O autor do famigerado artigo que estamos dissecando disse: “Ao vermos alguém, antes de ver um LGBT ou um hétero, precisamos ver uma pessoa, que possui uma dignidade humana que merece ser respeitada”. Não poderíamos estar mais de acordo com essas palavras, desde que tiradas do contexto e do significado que ele quis dar. Precisamos ver uma pessoa, com dignidade humana e que merece ser respeitada. Agora, se ele entende por ‘respeitada’ incluir conferir-lhes alguns ‘direitos particulares’, então temos um franco desacordo. E assim pensamos que se dá. Cf. este artigo mostra como nós entendemos dever ser a relação entre cristãos e homossexuais:
http://panaceiateoreferente.blogspot.com.br/2015/04/dialogos-sobre-homossexualidade.html.
[9] É bom observar que este é o ponto 9 no artigo que estamos respondendo. Estamos organizando as respostas numa ordem que nos parece adequada. O título do ponto continua o mesmo.
[10] Números 12:3.
[11] Números 20:10-11.
[12] Aqui percebemos, evidentemente, nosso total compromisso com o pressuposicionalismo. É claro que não é uma abordagem hegemônica dentro do cristianismo e, AQUI, é possível discordar do que diremos enquanto cristãos. Entretanto, estamos convencidos de que detemos a visão mais amadurecida e biblicamente orientada sobre o assunto. Haverá alguns desdobramentos possíveis dentro do próprio pressuposicionalismo que podem ser discutidos. Apresentaremos a vertente, dentro dessa vertente maior, que mais nos apetece.
[13] Em contraste com sua subjetividade ou com serem eles apenas desdobramentos de um único valor que é o bem estar do indivíduo ou do maior número de indivíduos possíveis.
[14] Como uma imposição governamental de que não podemos ensinar nossos filhos sobre nossa religião, ou que não temos o direito de culto comunitário.
[15] Para não se atemorizarem para a suposição de que há uma infinidade de cosmovisões, percebam a citação de Sire e a explicação aqui: http://panaceiateoreferente.blogspot.com.br/2014/08/sobre-filosofia-e-ser-filosofo_30.html.
[16] Isso não quer dizer que, como os pós-modernistas, ao perceberem coisas como essas, proponham a impossibilidade de se decidir de forma racional entre as várias cosmovisões. Há diferentes propostas de discutir a questão. Uma delas é testar a coerência interna, abrangência e praticidade de uma cosmovisão (como se segue nos seguintes artigos:
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Esse artigo foi republicado com a permissão de Blog Bereianos.