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Por João Cruzué
Tenho observado, de uns dois anos para cá, que este assunto o empoderamento feminino está em foco na mídia. Não sou especialista nem estudioso no assunto, senão uma pessoa de 62 anos que presenciou muitas mudanças nestes últimos 50 anos. Para fazer minha análise, usarei como analogia o que Martin Luther King pensava sobre os movimentos culturais dos anos 60. Nesse sentido, o movimento atual chamado de”empoderamento feminino” pode estar em uma encruzilhada.
Discursando sobre os movimentos dos anos 60, Martin Luther King disse [1]:
“O desespero de hoje é um pobre formão para fincar a justiça de amanhã. O movimento “Black Power” é uma crença implícita e muitas vezes explícita no separatismo dos negros. Todavia atrás da preocupação legítima e necessária do Black Power de uma unidade de grupo e identidade negra, jaz numa crença que pode ser para o negro uma estrada separada para o poder e realização. São idéias curtas e irreais. Não há nenhuma salvação para o Negro através do isolamento.” (1967)
Na visão do pastor, o negro americano não conquistaria sua liberdade e o respeito da sociedade se tomasse o caminho da segregação. Na visão cristã o Evangelho não deveria ficar escondido em Jerusalém – uma zona de conforto.
A mulher deve lutar por seus direitos? Sim. Chamando atenção para as desigualdades, pois não é um ser inferior ao homem.
Onde ela tem conseguido avançar? Principalmente, nos países de religião cristã.
Na Índia de Mahatma Ghandi, o ícone que disse ter quase se convertido ao cristianismo, a mulher tem avançado na questão da igualdade? Não. Mas o hinduísmo e os iluminados tão apreciados pelas celebridades do Ocidente, com toda a fama de sua cultura, por acaso têm tratado a mulher com igualdade? Sem comentários…
E no Islã, o que acontece com uma pessoa que nasce mulher? É valorizada e respeitada? Sem comentários.
Mas onde quero chegar? Deus não fez o homem para que ficasse sozinho, por isso lhe arranjou uma companheira, para que formasse uma família. A leitura do Evangelho mostra que Jesus Cristo, não discriminava mulheres. Mas não deveria ele ter chamado discípulas para serem apóstolas? Por que será que não fez isso em sua época? Não tenho esta resposta, mas sei que a cultura religiosa daquela época era machista. Assim como houve o tempo da chegada do Messias, o tempo da pregação do Evangelho aos gentios, o tempo da troca do sacrifício dos bodes e cordeiros pela aceitação do sangue de Cristo como expiador dos pecados do mundo.
Também foi preciso um certo intervalo de tempo para que a sociedade branca entendesse que o irmão negro não era uma criatura inferior, assim também, no meio religioso, está chegando o tempo de homens e mulheres terem os direitos e oportunidades iguais.
Em meu entendimento Deus não fez criou o homem para dominar a mulher. O que aconteceu depois, eu não sei, mas no princípio da criação não há referência de que assim que Deus criou a mulher, disse para ela que Adão seria seu dono.
Por outro lado, vejo com bastante preocupação deste assunto do “empoderamento”feminino. Que tipo de empoderamento é este? Se é para que a mulher seja maior que o homem, vai incorrer no mesmo erro da discriminação. Protestar e chamar a atenção para o tratamento desigual, em busca de igualdade, sim, ela deve lutar. Mas lutar para querer ser maior que o homem, seria cair no mesmo erro.
A solução não está na radicalização, mas na consciência da igualdade de direitos e oportunidades. O que aconteceria se homens e mulheres se repelissem socialmente? Voltaríamos ao tempos da Grécia antiga, onde os homens eram quase todos homossexuais. O que aconteceu com a sociedade grega? Desapareceu.
Creio que por trás deste verbete “empoderamento” está um valor anti-cristão. O mundo, que o apóstolo João disse que os crentes não deveriam amar. Quem está explorando este assunto, o está fazendo para tornar a mulher se veja no papel de adversária do homem.
Deus não fez homens e mulheres para serem adversários, mas para que cada homem e cada mulher encontrasse o amor e a felicidade de um lar. O resto são paixões exploradas por radicais.
A mulher não será feliz nem conseguirá sua igualdade longe do homem e vice-versa.
Esse artigo foi republicado com a permissão de Olhar Cristão.