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Entendendo a Revelação Especial de Deus


Revelação Especial de Deus

Por:  Jorge A. Ferreira

A Revelação Especial de Deus

A Revelação Especial é a maneira que Deus usa para transmitir a salvação e sua plenitude aos homens. É a revelação mais completa e detalhada que revela a natureza, vontade e propósito do criador para salvar a humanidade. A despeito da revelação natural, que foi dada como um preâmbulo da fé, a revelação especial é dada para levar ao homem ao conhecimento da obra da redenção na pessoa de Jesus Cristo e para mostrar aos salvos aquilo que os reserva na eternidade. Sendo o homem finito, portanto diferenciado do Deus criador que é infinito, não há possibilidade de conhecimento pleno se não houver o interesse e a iniciativa de Deus em se revelar.

A revelação Especial teve início a partir dos antigos Hebreus e se moveu de forma progressiva durante a história, até chegar em seu ponto focal. Deus tomando a iniciativa, buscou uma nação para se tornar o depositório dessa revelação. Iniciando pelos Patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, passando pelos Profetas do Antigo Testamento, cumprindo as promessas em Cristo e completando através dos Apóstolos. ”Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;” (Romanos 3:21) – ”Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” (Efésios 2:20).

Os meios da manifestação da revelação especial são três: Os Profetas, Jesus Cristo e as Escrituras.

A Palavra de Deus nos Profetas

Nos tempos do Antigo Testamento, Deus levantou Profetas que falaram a palavra do Senhor ao povo de Israel e serviram como a própria ”boca de Deus”. Os Profetas serviram como arautos do Criador uma vez que as escrituras estavam em formação e o filho de Deus ainda não havia se revelado de forma plena e pessoal.

Profetas como Jeremias, Isaías e Samuel são alguns dos muitos que puderam experienciar de forma profunda esse ministério e servir de norte ao povo Israelita e se eternizarem nas páginas singelas das escrituras.

Deus diz a Jeremias na ocasião de seu chamamento ”Eu ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr 1:9) deixando claro que as palavras ditas pelo profeta na ocasião da profecia, eram do próprio Deus. Isaías teve seus lábios purificados, para assim poder falar em nome de seu Senhor ”E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.” (Isaías 6:7).

Os Profetas não deveriam se preocupar com a ”recepção” da mensagem, a ordem era somente falar ”Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.” (Ezequiel 2:7). Uma das maneiras de se saber se o profeta era verdadeiro, era o cumprimento da mensagem, e Deus vela por sua palavra para a cumprir, ”E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra.” (1 Samuel 3:19).

A Palavra de Deus dita pelos profetas era consideradas como autoritativa e verdadeira, pois era expressão da vontade do próprio Deus. O povo devia crer e obedecê-la integralmente.

Eu levantarei entre seus irmãos um profeta como tu, vou colocar as minhas palavras na sua boca, e ele lhes dirá tudo o que eu lhe ordenar. Se alguém não escutar as palavras que o profeta fala em meu nome, eu me vai exigir isso. Mas o profeta que se atreva a falar em meu nome e dizer algo que eu não mandei dizer morrerá. O mesmo acontecerá com o profeta que fala em nome de outros deuses” (Deuteronômio 18:18-20).

Jesus Cristo como: A Palavra de Deus

A Bíblia apresenta em algumas ocasiões Jesus Cristo como sendo a palavra de Deus encarnada que veio aos homens para comunicar e realizar de forma pessoal a vontade do Pai celestial.

O Apóstolo João é aquele que se refere à Cristo desta forma pelo menos em três situações. A primeira referência se encontra no seu evangelho logo no primeiro capítulo, como sendo uma abertura triunfal de seu relato sobre as obras e ensinos do filho de Deus ”No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1:1). Neste versículo vemos a identificação do filho com a criação , estando ele no ”princípio” com Deus e sua identificação com a trindade ”e o Verbo era Deus”. e acrescenta no versículo 14: ”E o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, a glória do Unigênito do Pai ”. Na ocasião da revelação à João na ilha de Patmos, o Apóstolo identifica o mestre glorificado pelo nome : ”E Estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus” (Ap 19:13). O Mesmo Apóstolo o chama em sua epístola de Palavra da vida, no qual relembra. ”O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Jo 1:1).

Fica claro nestes textos que nosso Senhor tem o papel de comunicar o caráter e a vontade do Pai, não só em suas palavras mais também em sua pessoa. (Cristo é o Logos de Deus)

”Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. (Hebreus 1:1).

A Bíblia como: A Palavra de Deus

As palavras proferidas pelos profetas, histórias e o testemunho e ensinos do próprio Cristo foram escritos e registrados, culminando no que chamamos pela tradição de Bíblia, e os antigos chamaram de Escrituras Sagradas. ”Escreve num livro todas as palavras que eu lhe disse” (Jr 30:2). Esse compêndio de escritos é a forma escrita da Palavra de Deus, e é o registro fiel daquilo que Deus desejou revelar aos seus servos ao longo da história humana.

A Própria escritura dá testemunho de si mesma como inspirada palavra de Deus ”E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração, sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”( 2 Pe 1.19-21).

Paulo afirma a autoridade das escrituras como inspirada e apta para instrução do crente. ”Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16). O Apóstolo Pedro coloca os escritos de Paulo no mesmo patamar dos escritos do Antigo Testamento quando alerta a igreja sobre os inconstantes na fé ”Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.” (2 Pe 3.16).

O Próprio Jesus ao se defrontar com os fariseus que não criam nele, apesar de terem consciência de sua Messianidade, disse: ”Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.39,40). Portanto, as escrituras são a palavra de Deus escrita e apta a nos orientar e instruir em matéria de fé e conduta, para que cheguemos cada vez mais próximo da vontade do Senhor.

”Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).

Conclusão

Vimos então, que Deus por sua providência se revelou à humanidade de forma maravilhosa, falando aos homens e agindo sobre a Terra. Enviando seu filho que é a imagem de sua glória ”O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;” (Colossenses 1:15), nos deixando sua palavra para nos guiar com a promessa de sua fidelidade ”Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente” (Isaías 40.8).

Deus se revelou a todos os homens sem distinção, seja pela natureza, razão ou por sua especial providência, somente aqueles que desejam rejeitá-lo não enxergam tão grande amor e zelo. Mesmo após a queda, o Criador buscou formas de resgatar o ser caído, dando lampejos de luz e conduzindo o homem a sua presença. Em Cristo o homem não só pode conhecer a Deus, como também é reconciliado, restaurado e reservado para viver para sempre nele. ”Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8:39).

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Esse artigo foi republicado com a permissão de O Pentecostal Bíblico

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