A doutrina da justificação deve ser constantemente reforçada e revisitada, como Martinho Lutero estava bem ciente. Seu duro conselho: “Bata com isso em suas cabeças de forma contínua.” Precisamos continuamente aplicar e valorizar a verdade da justificação em nossas vidas – diariamente. Se não o fizermos, vamos nos encontrar suscetíveis a um dos inimigos mais sutis e graves da Igreja: o legalismo.
Legalismo envolve tentar ganhar aceitação de Deus através de nossa própria obediência. Nós temos somente duas opções: Ou receber a justiça como um dom dado por Deus ou tentar gerar a nossa própria justiça. O legalismo é a tentativa de ser justificado através de alguma outra fonte que não seja Jesus Cristo e sua obra terminada.
Aderir ao legalismo é acreditar que a cruz era desnecessária ou insuficiente (Gl 2:21; 5:2).
Se você tem sido legalista, sua motivação e sua própria força é que regulam suas ações, mesmo se você ainda concorda mentalmente com a necessidade do sacrifício de Cristo. Em nossa busca legítima por obediência e maturidade, o legalismo lentamente e sutilmente toma conta de nós, e nós começamos a substituir as nossas obras pelo trabalho acabado de Jesus. O resultado é ou arrogância ou condenação. Em vez de crescer na graça, abandonamos a graça. Essa foi a avaliação que Paulo fez da igreja da Galácia, quando escreveu: “Vocês que estão tentando ser justificado pela lei foram alienados de Cristo, vocês têm caído da graça” (Gl 5:4).
Se você já tentou viver dessa forma, você já deve ter aprendido que legalismo é tão fútil quanto frustrante. Toda tentativa legalista de se auto-justificar inevitavelmente termina em fracasso. No decurso dos anos, aprendi a reconhecer alguns sinais característicos da presença do legalismo. Aqui vão alguns deles:
• Você é mais consciente dos seus pecados do passsdo do que é consiente da pessoa e da obra acabada de Cristo.
• Você vive pensando, acreditando e sentindo que Deus está desapontado com você em vez de se alegrando em você.
• Você acha que a aceitação de Deus a você depende da sua obediência.
• Falta alegria em você. (Esse é geralmente um indicativo da presença do legalismo. Condenação é o que acontece quando pesamos nossa deficiência; Alegria é o que acontece quando consideramos a suficiência de Cristo.)
Você tem sido ludibriado pela súbita presença do legalismo? Se sim, cuidado. Ele tende a se espalhar em vez de permanecer restrito (Gl 5:9 diz: “Um pouco de fermento leveda toda a massa”). O legalismo deve ser removido.
A única forma eficaz de se desarraigar o legalismo é com a doutrina da justificação. Se você tem negligenciado ou ignorado essa doutrina, então tome alguma atitude drástica para mudar. Tire tempo dia-a-dia para revisar, reler e se alegrar nessa verdade maravilhosa e objetiva. Restrinja sua dieta espiritual ao estudo da justificação até que você tenha certeza da aceitação de Deus, segurança no seu amor e libertação do legalismo e da condenação.
A crucificação de Jesus Cristo foi o acontecimento mais decisivo da história. Sinclair Ferguson precisamente declarou o seguinte:
“A Cruz é o coração do evangelho. Ela faz o evangelho ser boa notícia: Cristo morreu por nós. Ele permaneceu no nosso lugar diante do juízo de Deus. Ele suportou os nossos pecados. Deus fez algo na Cruz que nunca poderíamos fazer por nós mesmos. […] A razão por que nos falta segurança na sua graça é porque deixamos de focar o local onde ele no-la revelou”.
Onde você vai focar a sua atenção? Nos seus pecados do passado, no seu estado emocional atual, nas áreas de seu caráter em que você ainda precisa crescer? Ou você vai centrar-se na obra consumada de Cristo? O legalismo não precisa motivá-lo. Condenação não precisa atormentar você. Deus já justificou você.
Traduzido por Gustavo Vilela | iPródigo
Texto extraído do livro This Great Salvation, disponível aqui para download gratuitamente.
Anselmo Melo
Anselmo Melo,
Carioca, casado e pai de três filhos (herança do Senhor). Pastor Evangélico e empresário. Moro atualmente no Estado de São Paulo onde pastoreio a Igreja de Nova Vida em Limeira. Sou fundador e presidente da Associação Projeto Resgate Vida.
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Esse artigo foi republicado com a permissão de Pastor Anselmo Melo