O filme ‘Quarto de Guerra‘ foi um dos melhores filmes que eu já assisti, tratando-se de arte cristã. Mas, mesmo assim, falta muito para ser considerado excelente.
Como é de praxe, todo filme cristão traz uma doutrina, de acordo com os pressupostos teológicos de seus idealizadores e neste filme não foi diferente. Infelizmente os filmes produzidos ultimamente sempre trazem doutrinas estranhas que são abraçadas por muitos. Uma delas, a qual creio ser a mais grave – por falta de entendimento de ambos os lados – é sobre o valor da oração.
O filme mostra, do início ao fim, como nós devemos tratar a oração em nosso dia a dia. Até aí, sem problema algum. No entanto, o erro primordial é tratar a oração como se fosse a “arma principal” de nossa batalha espiritual.
Dois exemplos básicos que podemos ver na Bíblia que refutam essa ideia: Jesus, na tentação no deserto; e Paulo, falando de nossa batalha em Efésios 6.
Quando Jesus foi tentado, antes disso ele que havia passado 40 dias de jejum orando ao Senhor, e aqui nós devemos entender que jejum não tem um tempo estipulado, não existe um tempo fixo para jejuar. No entanto, o jejum requer uma separação e entrega total para orarmos e lermos a Bíblia. Pois bem, após esse período de 40 dias, Jesus foi levado ao deserto para ser tentado. Como Jesus pode resistir às ofertas do Diabo? Usando a Palavra de Deus, neste caso, fazendo-se uso do Antigo Testamento (cf. Mt 4.4; Dt 8.3; Mt 4.7; Dt 6.16 e Mt 4.10; Dt 6.13).
O outro exemplo é quando Paulo disse que a nossa luta não é contra carne e contra o sangue, mas contra as potestade espirituais. O apóstolo nos mostra que existe uma armadura para resistirmos no dia mau (Ef.6.13): estar cingidos com a verdade, vestidos com a couraça da justiça (v.14); estar com os pés calçados na preparação do evangelho da paz (v.15); estar com o escudo da fé (v.16); e estar com o capacete da salvação e com a espada do Espirito, que é a palavra de Deus (v.17).
Perceba que, o meio pelo qual Paulo diz que podemos resistir a essa batalha é a Palavra. No entanto, como eu disse acima, a oração por si só não é o único caminho, bem como somente a Palavra não é o único caminho, pois o próprio Jesus orou antes de ser tentado, além de Paulo mostrar ao final da descrição da armadura que devemos orar em todo tempo, com toda oração e súplica, vigiando e perseverando por todos os santos (v.18).
Por fim, irmãos, em nossa batalha diária contra o pecado e as investidas de Satanás estejamos firmes e perseverantes na oração e leitura da Palavra de Deus, as duas ações devem viver juntas e nunca separadas.
Orare et labutare!
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Autor: Denis Monteiro
Fonte: Bereianos
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Esse artigo foi republicado com a permissão de Blog Bereianos.