João Cruzué
Há muito, tenho ouvido esta assertiva calvinista: Uma vez salvo, salvo para sempre; o homem nada fez para ser salvo e nada precisa fazer para manter ou perdê-la – o ensino de uma salvação absoluta. Eu sei que na Bíblia tem pontos difíceis, um deles é Romanos 9;13 – “Amei a Jacó e aborreci Esaú”. Será que Deus olhou para os dois e, de repente, simpatizou-se com Jacó e não foi com a “cara” de Esaú? Vamos ver isto um pouco mais de perto.
Muitos pregadores crucificam o caráter de Jacó, com suposições sem fundamento. Será que Jacó era mesmo um enganador, tanto quanto Abrão era um mentiroso? Não é propósito deste texto tratar desta questão, considerando que os feitos dos dois falam por si. O coração de Jacó se inclinava para o sagrado, enquanto que o de Esaú era profano. Mundano. Quando arranjou duas mulheres heteias, formou um lar dentro de um conceito de família reprovável. As duas foram fontes de amargura para sogros. Mas, o que mais pesou no coração de Deus para aborrecer a Esaú, foi o desprezo deste pela bênção da primogenitura.
Estive meditando por esses dias no livro do Projeta Ezequiel. Mais precisamente no capítulo 33. Se por um lado, Filipenses 1:6 diz que “Estou certo, que aquele que começou a boa obra em vós, a aperfeiçoará até o dia do Senhor Jesus, no capítulo 33 de Ezequiel, entre outras coisas, está escrito assim:
EZEQUIEL 33:13
“Quando eu disser ao justo
Que certamente viverá,
E ele, confiado na sua justiça,
Praticar a iniquidade,
Não virão a minha memória
Todas as justiças,
Mas na sua iniquidade
que pratica, morrerá.”
EZEQUIEL 33:14
“E quando eu disser ao ímpio:
que: Certamente morrerás;
Se ele se converter do seu pecado,
e fizer juízo e justiça,
Restituindo o penhor,
Pagando o furtado,
Andando nos estatutos da vida
e não praticando iniquidade
certamente, viverá,
E não morrerá!”
Daí, meu entendimento é assim:
A salvação é de graça e pela graça. E Deus, vendo a terra e os homens na miséria do pecado, decidiu descer até aqui, para trazer sua graça até nosso nível. E uma vez tendo sido perdoados e salvos, os frutos são uma consequência natural. Mas, a salvação proposta por Deus não é uma reta de chegada, mas um caminho a ser percorrido. A porta é Jesus e depois da porta segue-se o caminho estreito. A salvação é recebida de graça, é mantida pela graça, mas pode ser perdida se, de nossa parte, desprezarmos a santificação, a justiça e a comunhão com Deus.
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Esse artigo foi republicado com a permissão de Olhar Cristão.