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Entendendo o Fruto do Espírito


O Que é o Fruto do Espírito?Entendendo o Fruto do Espírito
O Que é o Fruto do Espírito?

Por:  Jorge A. Ferreira

Para começarmos a entender o Fruto do Espírito, devemos levar nossa atenção primeiramente ao fato de ele ser chamado de fruto e não frutos do Espírito. A palavra está no singular, nos revelando que apesar de haver algumas virtudes, todas elas provém de uma única fonte e formam uma unidade com seu autor, o Espírito Santo. Podemos entendê-lo fazendo uma analogia com o próprio corpo humano, assim como há diversos membros que compõe um corpo, da mesma forma são diversas virtudes que formam um todo. Todas essas virtudes são um único fruto, e é o Espírito que produz no cristão, à medida que se aproxima de Deus.

O Fruto do Espírito é composto de virtudes (latim: virtus; em grego: ἀρετή), que são qualidades morais que distinguem os homens dos animais. No sentido bíblico são qualidades espirituais cujo a origem vem de Deus, é parte do ato da graça e produzida exclusivamente pelo Espírito Santo, ou seja, não pode ser produzido pelo homem sem o auxílio divino. Elas são o meio escolhido pelo Senhor de nos santificar e nos fazer parecidos à imagem de Cristo (Rm 8.29; Cl 3.10), nos livrar das obras da carne (G1 5.19-21), nos fazendo participantes de sua natureza (2 Pe 1.4). Gregório de Nissa, grande teólogo do passado definia assim, as virtudes: “uma disposição habitual e firme para fazer o bem“.

As virtudes do Espírito Santo são apresentadas pelo Apóstolo Paulo em sua epístola aos Gálatas, em número de nove. “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, , mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22,23)

As virtudes que compõem o fruto do Espírito

Caridade (amor) = Deus é a fonte de todo amor (1 Jo 4.8), ele mostra seu amor para conosco, entregando seu filho por nós (1 Jo 3.16; Jo 21.15-17), sendo assim, uma vez ligados em Cristo, o amor se torna evidência de nossa salvação (1 Jo 3.14; 4.7) e somos reconhecidos, não por esteriótipos humanos, mas pelo amor: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (João 13:35). A Caridade é o amor em prática “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” (1 João 3:18). O Amor é a fonte de todas as virtudes do Espírito Santo.

Gozo = Deus é fonte de alegria imensurável, e seu reino é abundância no Espírito “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17). A Alegria do Espírito é obra da graça (2 Co 8.1,2) e é derramado sobre nós, dando nos a alegria da salvação (At 8.8; 16.34). O Gozo do Espírito é algo que preenche a alma, e é derramado para completar nossa comunhão com o Pai “Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” (João 15:11).

Paz = Deus concede paz de espírito aos que verdadeiramente andam em sua presença, pois o reino de Deus é paz (Rm 14.17) .Cristo é o príncipe da Paz (Is 9.6), quem vive nele, tem a paz que excede todo entendimento (Fp 4.7) , descanso na alma ( Mt 11.29) e Paz com Deus (Rm 5.1; Ef 2.14). A Paz verdadeira é aquela que habita no espírito humano, e é dada à Igreja como vínculo da comunhão do corpo (Efésios 4:3), para dominar os corações “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos ” (Colossenses 3:15).

Longanimidade = Deus é longanimo – “ânimo longo” (Joel 2:13) , ou seja (tardio em irar-se) “O Senhor é longânimo, e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, …” (Números 14:18). A Longanimidade é uma virtude que nos ajuda a sermos pacientes diante das tribulações e dificuldades (Rm 12.12), nos tornando misericordiosos com o próximo “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (Efésios 4:2,3).

Benignidade = A Benignidade faz parte da substância divina, pois Deus é benigno (Lc 6.35), assim como o Pai, Cristo também o é (2 Co 10.1). Essa virtude é estendida a nós, como Fruto do Espírito, para que tenhamos a natureza de nosso pai que está nos céus: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” (Colossenses 3:12,13).

Bondade = Toda bondade vem de Deus, “Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.” (Lucas 18:19). Se é possível enxergar alguma bondade nos homens, se deve ao fato de sermos criados por ele, todo dom e dádiva (presente), vem dos céus (Tg 1.17). A Bondade é uma virtude produzida pelo Espírito no crente, para fazê-lo ser generoso e voluntarioso (At 4.37; 2 Co 8.1-3).A Bondade é também uma marca da fé em Cristo: “Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto.” (Lucas 6:43).

(Fidelidade) = Sabemos que Deus é fiel (1 Co 1.9; 1 Ts 5.24; 2 Co 1.18), e sua fidelidade dura para sempre (2 Tm 2.13). Assim o Espírito Santo deseja comunicar a nós fidelidade para com Deus (2 Co 11.2), sua palavra (1 Tm 4.6; At 5.29; Jo 14.23) e com os irmãos (Hb 3.5), para no fim recebermos a coroa da vida (Ap 2.10). A Fidelidade é a manifestação da fé, aquele que crê deve ser fiel. “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” (Salmos 101:6).

Mansidão = Mansidão não é apatia diante das dificuldades e situações em que é necessário ser enérgico, pois o próprio Jesus foi enérgico em algumas ocasiões (Mateus 21:12) e foi ele quem disse: “…Aprendei de mim, que sou manso…”(Mt 11.29). Mansidão é brandura de gênio diante das circunstâncias da vida e no trato com as pessoas, é jamais pagar o bem com o mal, é ser pacífico (Não pacifista) meigo no trato, tranquilo de alma. Jesus quando foi traído, sabendo que sua morte resultaria em um bem maior, tratou Judas com mansidão (Mt 26.50), nos ensinou a amar os inimigos e não maldizer os homens (Lc 6.27-29). “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.” (Tiago 3:13).

Temperança (Domínio Próprio) = Temperança é o freio que controla os impulsos carnais que resultam do velho homem (Tg 3.2), tanto nas palavras, atos e vícios carnais. O domínio próprio resulta de uma ação do Espírito que nos ajuda a controlar o espírito humano (G1 5.25). “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” (Gálatas 5:17). O Conhecimento de Deus gera a temperança (2 Pedro 1:6) nos ensinando a governar o espírito (Pv 16.32) dando-nos moderação (2 Tm 1.7), e nos aperfeiçoando para viver para Deus (2 Co 5.15). – “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” (1 Coríntios 9:27).

Conclusão

O Fruto do Espírito é algo essencial na vida do cristão, sem o seu desenvolvimento a igreja sofre e o nome de Cristo é blasfemado diante dos homens (I Co. 14. 23). Cristo é a videira verdadeira, e nós os ramos, se estamos nele devemos viver de sua essência (Jo 15.1-9), pois seu fruto é desenvolvido em nós para que sejamos parecido com ele (2 Pe 1.4). “Quem declara que permanece nele também deve andar como Ele andou…” (1 Jo 2.6).

“Não são as obras que fazem o homem ser bom, mas o homem bom faz as boas obras” (Martinho Lutero).

Veja Também: A Importância do fruto do Espírito no uso dos dons espirituais

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Esse artigo foi republicado com a permissão de O Pentecostal Bíblico

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