A Confissão de Fé de Westminster diz que tudo o que precisamos saber para nossa salvação, “ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela” (CFW I.6). Jesus assevera: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6:37). De fato, essa palavra não poderia ser mais clara. Nossa salvação não acontece por acaso, ela está bem definida dentro do plano eterno do Pai, foi executada com perfeição pelo Filho e é aplicada eficazmente pelo Espírito.
Por isso, o calvinismo sustenta que a salvação é um ato da livre e exclusiva graça de Deus, visto que o homem está morto espiritualmente (Ef 2.1) e não pode responder à oferta de reconciliação, de modo que Deus mesmo transforma a sua vontade ao lhe regenerar o coração (At 16.14).
A tradição católico romana não nega que a graça seja o remédio para o pecado. A diferença estará na compreensão da dimensão do pecado, ou seja, até onde ele afetou a capacidade humana de responder à graça, e de que maneira nos apropriamos dela. Essa análise é importante, pois à medida em que nossa compreensão do pecado é aprofundada, inevitavelmente o nosso entendimento da graça também o será.
Vale lembrar que a relação entre pecado e graça, foi tema de grandes debates no século V entre Pelágio e Agostinho. Pelágio (360-420), um monge ascético britânico, radicado em Roma, ensinava que Adão era apenas um mau exemplo, e por não termos herdado a sua natureza corrupta, possuímos vontade livre, o que nos torna espiritualmente capazes de alcançar a salvação por méritos próprios. A sua lógica era muito simples: “se eu devo fazer o que Deus exige, então eu posso”.
Agostinho (354-430), bispo de Hipona, rechaçava sumariamente a posição de Pelágio, e ensinava que estamos espiritualmente mortos e incapazes de salvar-nos a nós mesmos, e somente Deus pode nos libertar da escravidão do pecado. Enquanto Adão poderia não pecar, os seus descendentes não podem não pecar, pois em Adão todos pecaram porque todos estavam nele.
O pelagianismo foi condenado em 418 no Concílio de Cartago, que decidiu-se pelas perspectivas de Agostinho em relação à graça e ao pecado. No entanto, os que ficaram insatisfeitos com essa decisão, criaram no sul da França, um partido que adotava um meio termo entre Pelágio e Agostinho, (semipelagianismo). Se Pelágio dizia que o homem é espiritualmente saudável e Agostinho dizia que o homem é espiritualmente morto, os semipelagianos diziam que o homem é espiritualmente doente, e tudo o que precisa é de uma infusão de graça, de modo que a salvação é o resultado de uma cooperação entre a vontade de Deus e a vontade do homem.
O presente artigo visa investigar qual a relação de pecado e graça na tradição católica em contraste com a perspectiva calvinista. Como esse tema também gerou debates dentro do arraial reformado no século 17, o arminianismo também será levado em consideração.
Nossa metodologia consistirá em discorrer sobre os cinco pontos do calvinismo, tendo como fonte principal a Confissão de Fé de Westminster¹, em contrapondo com a tradição católica, tendo como fonte principal o Catecismo da Igreja Católica, redigido depois do Concílio Vaticano II, sob o pontificado do papa João Paulo II.² E a tradição arminiana, tendo como base o “Remonstrantia” (Documento elaborado em 1610 pelo partido arminiano, entregue ao Sínodo de Dort, na disputa contra os calvinistas).³
DEPRAVAÇÃO TOTAL
No Calvinismo: A doutrina calvinista da Depravação Total ensina que o pecado afetou o homem de tal maneira que ele “perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso”. (CFW IX.3). No catolicismo, o pecado original é apenas “a privação da santidade e da justiça originais, mas a natureza humana não é totalmente corrompida: ela é lesada em suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado… O Batismo, ao conferir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e faz o homem voltar para Deus”. (Art. 405).
Comentário – Além da condenação no Concílio de Cartago em 418, o pelagianismo também foi condenado no Concílio de Éfeso em 431. Este Sínodo afirmou que toda a raça humana foi corrompida em Adão, e que, por si mesmos, “nada têm, além de falsidade e de pecado”. Por outro lado, o Sínodo declarou que o livre arbítrio foi apenas enfraquecido pelo pecado, e que pelo batismo, todos são capazes de realizar aquilo que é necessário para salvação⁴. Neste ponto, a Igreja Católica Romana adotou uma interpretação semipelagiana, pois se o homem não é totalmente depravado, tudo o que ele precisa é de uma “infusão de graça”, o que é possível se obter mediante o batismo.
Nesse aspecto o arminianismo clássico é um pouco confuso ao defender que o homem possua livre arbítrio, mesmo admitindo que “em um estado de pecado ele não é capaz de a partir de si mesmo pensar, desejar, ou fazer nada que seja bom, nada que seja realmente bom para salvação…”de modo que só a operação do Espírito pode regenerar, renovar e habilitar o homem a “desejar, e realizar o que quer que seja salvificamente bom”⁵.
ELEIÇÃO INCONDICIONAL
Para o Calvinismo, a eleição não depende da vontade ou do esforço humano, mas somente da vontade de Deus (Rm 9.6). A CFW afirma que ele nos escolheu por sua “mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa” (CFW III.5).
Para o catolicismo, “Deus estabelece, portanto, seu projeto eterno de ‘predestinação’ incluindo nele a resposta livre de cada homem à sua graça” (Art. 600). “Cristo reconhecerá seus eleitos pelo que tiverem feito pelos pobres”. (Art. 2443). “As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno”. (Art. 1036) “Uma vez que os fiéis defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles indulgências para libertação das penas temporais⁶ devidas por seus pecados”. (Art. 1479).
Comentário – Fica evidente que na doutrina católico romana o conceito de eleição nunca é incondicional, mas tem como base a liberdade humana e sempre está associada a um sistema de méritos, quer sejam pessoais ou de terceiros, inclusive depois da morte. A ideia de salvação por méritos desenvolvida durante toda a idade média, permanece até hoje nos dogmas católicos. O cânone IX.16 do Concílio de Trento diz o seguinte: “Se alguém disser que somente pela fé o ímpio é justificado em termos tais que signifique que nada mais se requer para cooperar para a obtenção da graça da justificação, e que de modo nenhum é necessário que ele seja preparado e ajustado pelos impulsos da sua própria vontade: seja anátema”⁷.
Para o arminianismo, a eleição se dá mediante a fé prevista. “A eleição de determinadas pessoas é definitiva, a partir da consideração de sua fé em Jesus Cristo e da sua perseverança, mas não sem a consideração de sua fé e de sua perseverança na verdadeira fé como pré-requisito da eleição”⁸.
Representando a compreensão do calvinismo clássico sobre a incondicionalidade da eleição, Berkhof assevera que “Deus não depende de modo algum da fé ou das boas obras humanas previstas… mas exclusivamente de sua soberania e beneplácito, pois ele mesmo é o originador da fé e das obras, pois desde que todos os homens são pecadores e perderam o direito às bênçãos de Deus, não há base para uma eleição condicionada a qualquer mérito humano, pois até a fé e as obras dos crentes são fruto da sua graça”⁹.
EXPIAÇÃO LIMITADA
A doutrina Calvinista da Expiação Limitada, também chamada de “Expiação Definida” ou “Salvação particular” encontra-se na doutrina reformada da predestinação, pela qual Deus estabeleceu um número limitado de pessoas a quem decidiu salvar e preteriu os demais. Jesus Cristo deixa claro em João 10.26-27 que ele conhece as suas ovelhas: “… As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem”. Assim também na oração sacerdotal, Jesus se limitou àqueles que lhe foram dados pelo pai. “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus”. João 17.9. A CFW declara que “Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído”. (CFW III.4). “Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo”. (CFW III.6). No catolicismo romano: “A Igreja, no seguimento dos apóstolos, ensina que Cristo morreu por todos os homens sem exceção: “Não há, não houve e não haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido” (Art. 605).
Comentário – Na definição católica é claro e inequívoco que o sacrifício expiatório de Cristo não tem um alvo definido ou particular, mas está totalmente em aberto, podendo salvar a todos os homens ou nenhum, a depender da contingência humana.
A compreensão arminiana e católico romana quanto à extensão da expiação de Cristo é exatamente a mesma. O Remonstrantia declara contundentemente que “O preço da redenção que Cristo ofereceu ao Pai é, em si mesmo, não apenas suficiente para a redenção de toda a raça humana, mas também, através do decreto, da vontade e da graça de Deus Pai, foi pago por todos os homens e por cada homem; e portanto, ninguém é, por um decreto absoluto e antecedente de Deus, definitivamente excluído de toda participação nos frutos da morte de Cristo”¹⁰.
É importante notar que quando o calvinismo diz que Cristo morreu apenas pelos eleitos, está falando em termos da eficácia da sua obra. Se ele tivesse morrido por todos os homens indistintamente, então todos os homens precisariam de fato ser salvos, do contrário, sua obra não seria eficaz. Os puritanos do século XVII costumavam dizer que a morte de Cristo foi suficiente para salvar a todos os homens, mas eficiente somente para os eleitos. A conclusão lógica desse raciocínio é que todos aqueles por quem Cristo morreu, são necessariamente salvos. Packer, tem toda razão ao afirmar que “a morte de Cristo eliminou os pecados de todos os eleitos de Deus e garantiu-lhes que serão trazidos à fé por meio da regeneração e mantidos na fé para a glória, e que isto é o que foi planejado alcançar”¹¹.
GRAÇA IRRESISTÍVEL
O calvinismo ensina que a Graça Irresistível, ou Vocação Eficaz, é aquela graça pela qual Deus aplica sobre os eleitos os efeitos da obra salvadora de Cristo. Consiste no fato de Deus regenerar o coração dos seus escolhidos de modo que eles certamente virão a Cristo.
A CFW declara que “Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça” (CFW X.1). A substancia bíblica para essas afirmações pode ser vista em algumas passagens como Atos 16.14 onde diz que “Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia”. Note o ato gracioso de Cristo ao abrir o coração de Lídia e traze-la para junto de si. Jesus ainda ensina em João 6.37 que “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”.
No conceito católico, a graça pode ser livremente resistida. O Catecismo Católico diz que “As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno”. (Art. 1036). “Deus não predestina ninguém para o Inferno¹²; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim”. (Art. 1037). “A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. (Art. 1021)
Comentário – “Esse tempo aberto”, segundo a definição católica, é realmente um tempo para acolhimento ou rejeição da graça. Segundo essa compreensão, mesmo depois de habilitado após o batismo e regenerado, ainda assim o homem pode resistir a graça, pois sua livre vontade não pode ser violada.
Mais uma vez aqui, o arminianismo se se iguala ao catolicismo, pois defende justamente essa “liberdade” para resistir a graça. Veja o que diz o Remonstrantia: “A graça eficaz, pela qual qualquer homem é convertido, não é irresistível: e embora Deus assim afete a vontade do homem por sua palavra e pela operação interna do seu Espírito, para conferir-lhe uma capacidade de crer, ou poder sobrenatural, e realmente [faciat] faz o homem acreditar, o homem de si mesmo ainda é capaz de desprezar e rejeitar esta graça e não crer, e, portanto, também perecer por sua própria culpa”¹³.
Quando falamos em Graça Irresistível, damos a impressão de que Deus nos traz contra a nossa vontade, e não é isso o que acontece. É por isso que alguns preferem o termo “Vocação Eficaz”. De fato, Deus não nos traz para junto dele contra a nossa vontade, mas ele a transforma. Berkhof, lúcida e vividamente assegura que “Não significa que o homem não possa opor-se à sua execução até certo ponto, mas significa, sim, que a sua oposição não prevalecerá. Tampouco significa que Deus, na execução do Seu decreto, subjuga de tal modo a vontade humana que seja incoerente com a liberdade da ação humana. Significa, porém, que Deus pode exercer e exerce tal influência sobre o espírito humano que o leva a querer o que Deus quer”¹⁴.
PERSEVERANÇA DOS SANTOS
A perspectiva calvinista da Perseverança dos Santos é muito bem apresentada na CFW quando diz que “Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos”. (CFW XVII. 1). Estas afirmações encontram total respaldo bíblico nas palavras de Paulo: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Para o catolicismo um cristão realmente convertido ainda assim pode decair da graça: “O sacramento da Penitência é necessário para a salvação daqueles que caíram depois do Batismo, assim como o Batismo é necessário para os que ainda não foram regenerados”. (Art. 980). “A fé é um dom gratuito que Deus concede ao homem. Podemos perder este dom inestimável…” (Art. 162). A penitência para o católico é uma segunda chance após alguém cair da graça.
Esse costume já aparece no século III durante a perseguição do imperador romano Décio (c. 201 a c. 251). Os cristãos que negavam sua fé para escaparem à tortura¹⁵, passavam a ser vistos como lapsi (caídos) pelos confessores, (os que permaneciam firmes). Caso estes “caídos” quisessem ser novamente admitidos à fé, precisariam ser submetidos à penitencia – um período de tristeza verdadeira, depois do qual a pessoa poderia participar novamente da ceia do Senhor. Curtis diz que: “Depois de o penitente ter ‘cumprido seu tempo’, ele comparecia diante da congregação vestido de saco e coberto de cinzas para que os bispos pronunciassem o perdão”.¹⁶
Comentário – Como vimos, a Igreja Católica rejeita a doutrina da perseverança dos santos, admitindo que os regenerados possam cair do estado de graça. Não deve ser negligenciado, o fato de que os luteranos e arminianos também rejeitem a doutrina da perseverança dos santos. Os luteranos, “atribuindo a dependência da contínua atividade da fé, por parte do homem, e acabaram por admitir que os crentes verdadeiros podem cair completamente da graça”.¹⁸ Os arminianos também consideram que “Os verdadeiros crentes são capazes por sua própria culpa de cair em crimes flagrantes e maldades atrozes, de perseverar e morrer nelas, e, então, finalmente cair e perecer ”.
Para o calvinista, a doutrina da perseverança dos santos não é uma negação de que um verdadeiro crente não possa em algum momento encontrar-se desviado dos caminhos de Deus, no entanto, isso será apenas temporariamente, até que se arrependa. A CFW assegura que “Deus continua a perdoar os pecados dos que são justificados. Embora eles nunca poderão decair do estado de justificação, poderão, contudo, incorrer no paternal desagrado de Deus e ficar privados da luz do seu rosto, até que se humilhem, confessem os seus pecados, peçam perdão e renovem a sua fé e o seu arrependimento (CFW I.5).
Conclusão
Embora o semipelagianismo tenha sido condenado no Sínodo de Orange em 529, a igreja, não acatou todos os ensinamentos de Agostinho, resultando assim, numa espécie de semiagostinianismo¹⁹. Essa veio a ser a posição da Igreja Católica até hoje.
É oportuno mencionar também que, aquilo que o quinto século foi para Pelágio e Agostinho, o século dezesseis foi para os Remonstrantes e o Sínodo de Dort. Da Remonstrantia resultou o que chamamos hoje de arminianismo, e dos Cânones de Dort resultou o que chamamos de os Cinco Pontos do Calvinismo.²⁰ Vale a pena ressaltar que a TULIP é apenas um pequeno resumo do que seja a soteriologia calvinista, pois o calvinismo é imensamente maior que isso.
Após quinhentos anos de Reforma Protestante, ao compararmos os dogmas católicos e calvinistas, percebemos que ambos permanecem ambientes absolutamente opostos, haja visto que o Calvinismo crê que Deus dirige soberanamente todas as coisas, ao passo que o catolicismo não crê assim.
É inevitável concluir também, que o arminianismo, representado pela Remonstrantia, acabou por adotar uma soteriologia católico romana, pois o arminianismo nada mais é do que um retorno ao semipelagianismo, pensamento do qual a Igreja Católica Romana jamais se libertou.
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Fontes:
1. BAVINCK, Hermann. Dogmática Reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 2012,
2. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Campinas: Luz Para o Caminho, 1990,
3. Catecismo da Igreja Católica. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1993.
4. Confissão de Fé de Westminster.
5. CURTIS, A. Kenneth. Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo. São Paulo: Editora Vida, 2003.
6. Remonstrantia. In: Biblical and Theological Dictionary, PP. 896-899 Tradução: Samuel Paulo Coutinho
7. PACKER, J. I. Teologia Concisa; Campinas-SP: Luz Para o Caminho, 1998,
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Notas:
[1] Consulte também os Cânones de Dort.
[2] Catecismo da Igreja Católica. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1993.
[3] Esse documento incluía cinco artigos que tratavam sobre as principais questões em disputa. 1) Vontade Livre; 2) eleição condicional; 3) Expiação Universal; 4) A graça pode ser resistida; 5) o salvo pode cair da graça.
[4] Ver: BAVINCK, Hermann. Dogmática Reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, Vol. 2, p. 360.
[5] Remonstrantia, Art. III.1
[6] Mesmo que se faça distinção entre “penas temporais” e “penas eternas”, ainda assim, a ideia de mérito está presente como fator condicionante.
[7] In: BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática, p. 116
[8] Remonstrantia, Art. I.7
[9] Op. Cit, p. 115
[10] Remonstrantia, Art. 2.1
[11] PACKER, J. I. Teologia Concisa, p. 131
[12] É verdade que os supra e infralapsarianos discordarão sobre essa questão, mas não é o nosso foco aqui.
[13] Remonstrantia, Art. III.5
[14] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática, p. 116
[15] Ver mais em: CURTIS, A. Kenneth. Os 100 acontecimentos… , p. 31
[16] Op. Cit, p. 32
[17] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática, p. 549
[18] Remonstrantia, Art. 5.1,3
[19] Alguns preferem o temo semiagostinianismo pelo fato da igreja estar mais próxima de Agostinho do que de Pelágio dada sua condenação no Sínodo de Cartago em 418.
[20] TULIP – trata-se do acróstico em inglês: Total Depravity (Depravação Total) Unconditional Election (Eleição Incondicional) Limited Atonement (Expiação Limitada) Irresistible Grace (Graça Irresistível) e Perseverance of the Saints (Perseverança dos Santos).
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Autor: Rev. Nelson Ferreira
Divulgação: Bereianos
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Esse artigo foi republicado com a permissão de Blog Bereianos.