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Postura da Igreja Evangélica diante da corrupção

João Cruzué


Ovelhas sem pastor

João Cruzué

Este é o tipo de texto que você não vai encontrar no site de uma grande Igreja evangélica. E por que não vai? Porque suas lideranças “acham” que isto nada tem a ver com a missão da Igreja. Errado! É preciso sim tomar atitudes cristãs, ter um postura cristã, e romper com o silêncio da indiferença que nunca foi cristão.

Por mais de 40 anos o dragão da inflação devorou o bolso das famílias brasileiras. Era o gafanhoto. Devorava o suor dos assalariados de tal maneira que chegou um tempo em que dormiam com 100 cruzeiros no bolso e acordavam com 50. Até que chegou o julho de 1994. De lá para cá o dragão deixou de torrar os caraminguás dos brasileiros. Tenho certeza  que muitos pastores e muitos crentes oraram para que esse dia se tornasse realidade. E se tornou!

Todavia, outra praga apareceu e vem se multiplicado exponencialmente: as Ratazanas brasiliensis que institucionalizaram a corrupção na vida pública brasileira. Se antes ela era praticada na penumbra da noite, hoje ela é o substantivo abstrato mas saliente entre os pequenos e grandes ratos que moram nos esgotos de Brasília.

A moralidade? ora a moralidade… é uma virtude que tem sido condenada ao calvário enquanto os barrabás por baixo dos panos compõem poemas franciscanos, produzindo rimas de gerúndio com o presente do indicativo.

O futuro de nossa nação está seriamente ameaçado. Todo dia, centenas de velhinhos, crianças, índios e mendigos  estão morrendo de fome e  miséria, porque algum larápio meteu a mão no dinheiro público A Casa de Deus está corando de vergonha. O dízimo financia novelas, as ofertas estão comprando fazendas de gado e Haras para criação de cavalos. É um prevaricar sem fim e sempre crescente.

A corrupção é hoje a maior praga que assola nossa nação. Vem seguida da violência. Legiões de demônios agem com desenvoltura espalhando  miséria através das mentes que só pensam em como se dar bem com o dinheiro público. Uma simbiose real sustentada no plano espiritual. Filhos de Can assalariados pelo cão.

Eu já estou enfadado e irritado de tanto ouvir  nomes: “cachoeira”, alfa, beta,  Monte Carlo e Delta. Mas como ratos somente andam em pares, cadê os outros roedores? Certamente estão fazendo a oração do bode emissário. Um vai para o deserto, enquanto o restante da quadrilha disfarça, e disfarça muito bem, como se fossem santos de carteirinha, desde o nascimento

E diante de tudo isso, seguem indiferentes e omissas as lideranças das grandes Igrejas Evangélicas Brasileiras, fazendo corar no túmulo os muitos personagens bíblicos que desciam a língua publicamente nas atitudes e ações de governantes que se prostituíam.

Perguntar faz parte da minha liberdade de expressão: Por que será que Tantos líderes evangélicos anda tão “caladinhos” e não têm protestado com veemência contra estes malandros que roubam o sustento dos órfãos, o pão  das viúvas e a referência dos jovens?

O silêncio destas lideranças é o maior incentivo para quem está roubando o dinheiro público. Porque neste caso específico, quem cala está CONSENTINDO em alguma coisa má.

Orar apenas não basta. Agora não é tempo de orar, mas de cobrar rispidamente mais vergonha na cara e amor ao próximo. Se o pastor e o bispo  não tem mais unção para fazer isto, a quem então iremos recorrer?

A Igreja de Jesus não vai desaparecer, mas essas associações religiosas que estão aí pregando um evangelho  de faz de conta$ e que conta$$$. Os crentes podem até perdoar escorregões morais, mas a sociedade, não. É como o sal que perde o prazo de validade e não presta mais para nada.

Esta talvez seja a maior oportunidade que a Igreja Evangélica já teve para evangelizar esta nação. A sociedade precisa de um paradigma. De um exemplo a seguir. De referências. Mas cadê a postura?

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Esse artigo foi republicado com a permissão de Olhar Cristão

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