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Crédito da foto: Correio Popular de Brasília
Por: João Cruzué
Caros irmãos e amigos,
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Tenho lido com grande preocupação o que crentes e não crentes andam dizendo nas redes sociais, sobre os políticos e a situação política do Brasil. Fomos ensinados pelos nossos pastores que o Reino de Deus não é deste mundo. Também sabemos por São João que “[…]o mundo inteiro jaz no maligno” (I João 5.9). Por outro lado, São Paulo disse em Romanos 13.1 que “[…] que não há autoridade que não venha de Deus”. O mesmo Paulo escreveu que “Então virá o fim quando ele (Jesus Cristo) entregar o reino a Deus Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder” (I Cor. 15.24). Diante dessas considerações, vou dizer adiante o que penso do atual e delicado momento da situação política brasileira. Está ruim? Está! Pode melhorar? Sim, Pode! mas isto depende de uma mudança. Em lugar de aceitar como verdade um pensamento alheio, devemos, nós mesmos, aprender a ter pensamentos próprios.
Tendo como propósito um desejo de mudança, a sociedade brasileira decidiu experimentar novos rumos, escolhendo Luiz Inácio da Silva e a proposta petista para presidir os destinos da nação. Até certo tempo deu certo. Depois, o mesmo povo foi às ruas e deu sustentação para que o governo petista da presidente Dilma fosse apeado do poder. Um dos principais agentes que concorreu para esta derrubada foi o Juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba – o Dr. Sergio Moro, popularmente reconhecido como o cabeça da operação Lava Jato, embora tal operação, na verdade, seja de responsabilidade do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).
A corrupção no Brasil sempre existiu. Há indícios dela desde a carta de Pero Vaz de Caminha, na chegada de Pedro Álvares Cabral, passando por Dom João VI (1808 – Laurentino Gomes) em que para se fazer negócios com a Corte era precisar pagar 17% por fora. E para receber os serviços prestados para a Corte, mais 17% teriam que ser pagos para receber o valor pendente.
No mesmo compasso, é de conhecimento geral e divulgado na imprensa que em 2014 ( Estadão) que sem muito dinheiro não há sucesso do candidato na eleição. Resumindo em uma linha, no artigo de José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli, de 07/11/14, está escrito que dos candidatos que “investiram” até R$ 500 mil na campanha, apenas 3% foram eleitos. Dos 513 Deputados Federais eleitos em 2014, a média de gastos de cada um foi de R$1.422.000,00.
De onde veio todo este dinheiro? Bom, veio principalmente das contribuições de empresas privadas. A Lava Jato expôs perante toda nação que estas empresas eram principalmente a JBS – Friboi, Odebrecht, OAS, Camargo Correia, UTC, Delta além de muito dinheiro surrupiado da Petrobras etc.
Bom, e daí?
E daí que no Brasil quem elege os políticos não era o povo. Era o dinheiro de grandes empreiteiras que na verdade, segundo as apurações do MPF (leia-se Lava Jato) tratava-se de sobrepreço das obras. As licitações eram superfaturadas, as empreiteiras tiravam o delas e a diferença ia para o caixa de campanha dos políticos que estão aí. Ou seja, sem muito dinheiro o político não se elege. É um sistema corrupto e perverso em que o povo entra com o voto, mas quem elege é o dinheiro.
E o que este dinheiro compra?
Em um resumo simplista, o dinheiro do caixa de sua “Excelência”, o senador compra apoio de um ou vários candidatos a deputados federais. O dinheiro em caixa de sua “Excelência” o deputado federal ajuda a financiar a candidatura de um ou vários candidatos a deputado estadual. E mais: no meio deste rolo compressor, pastores, igrejas, sindicatos, líderes comunitários e o “caramba” também são comprados por dinheiro. No final, conforme o artigo citado no texto, em 2014, o político que arrecadou de R$ 5 milhões para cima se elegeu ou foi reeleito. Dos 59 candidatos à Câmara Federal que arrecadaram entre 3 e 5 milhões de reais, 54 se elegeram. Portanto, contra fatos não é possível contra-argumentar.
De onde vem boa parte do dinheiro arrecadado que elegeu os políticos nas últimas 4 eleições majoritárias (Presidentes, Governadores, Deputados Federais e Deputados Estatuais)?
A Lava Jato revelou que a JBS-Friboi, Odebrecht, OAS, UTC e várias outras empreiteiras COMPRARAM milhares de políticos com o objetivo de se dar bem em negócios envolvendo obras públicas ou empréstimos do BNDES. Não sou eu quem descobriu isso – está tudo na imprensa há pelo menos uns 3 anos.
Dilma foi deposta. O Ministério Público Federal, via PGR apresentou duas denúncias contra o atual presidente Michel Temer. Há pelo menos 3 anos a economia do nosso país está andando para trás ou de lado por causa dos escândalos políticos.
A 11 meses da próxima eleição não, infelizmente não é pragmático destituir o atual presidente. Se isto acontecer, quando outro ocupante do Planalto se assetasse na cadeira, na mesma semana começaria outro buchicho de corrupção. O que isto pode produzir? Mais instabilidade econômica. Grandes empresas podem se retirar do Brasil, da mesma forma que o imbróglio da separação da Cataluña está produzindo em terras espanholas.
Com todo nosso sistema político está corrompido, o certo seria fazer uma limpeza completa. Será que é só o Presidente Temer que deveria ser cassado? E o resto?
Diante disso, é preciso orar um pouco mais pela nação brasileira e ter paciência por mais 11 meses. Paciência só, não! Como este blog é essencialmente evangélico, cuidado com o voto de cabresto. Cuidado com dinheiro sujo comprando o apoio do pastor da sua Igreja. Precisamos escolher melhor nossos próximos governadores, presidente, deputados federais e deputados estaduais.
Se você continuar votando errado, não adianta se irritar e gritar “Fora Temer” nas redes sociais. Todo o sistema está podre. Para mudar este sistema corrupto, é preciso paciência, prudência, inteligência e, talvez, até vergonha na cara.
Tem outra coisa. Existe uma coisa pior que um sistema político corrupto: A ditadura ou a eleição de um candidato para presidente que nunca foi político. Na pressa de resolver um problema é perfeitamente possível arranjar um outro bem maior. Se você colocar um leão dentro de casa, porque seu gato não está caçando bem os ratos, depois que ele pode engolir você.
Olhe para a Venezuela. Aquele país estava uma corrupção só, nos anos 90. Hoje, o povo não tem comida, não tem emprego, não tem paz e não tem futuro. Não basta gritar “Fora Temer”. É preciso deixar ele fora em outubro de 2018, com certeza. Mas, se a burrice aumentar, podemos ter uma coisa bem pior. Lembra do Collor? Foi apresentado pela Rede Globo como o “caçador de marajás”. No final, o que ele caçou foi a caderneta de poupança de todo mundo.
Não sei quem disse isso: pensar é uma coisa perigosa. Então comece a pensar. Não deixe que o pensamento dos outros ponha um cabresto na sua mente. Descubra por você mesmo/mesma de quantas e quais maneiras é possível melhorar o Brasil. Se você não sabe, isto também é fazer política. São João escreveu no Evangelho estas maravilhosas palavras de Jesus: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
O Brasil está precisando de liberdade!
Esse artigo foi republicado com a permissão de Olhar Cristão.