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O Titanic e o processo de secularização da Igreja Evangélica

João Cruzué


Foto do Titanic

João Cruzué

Uma sucessão de erros levou o Titanic ao naufrágio. Vou contextualizar o passado com presente processo de secularização por que passa a Igreja Evangélica brasileira. Acho que é bom enxergar com cuidado o tipo de caminho estamos andando para não sermos rejeitados, pensando que estamos agradando ao SENHOR. Vamos meditar juntos.

O Titanic foi apresentado à sociedade inglesa como um barco “inafundável”. Ele foi construído pela empresa White Star Line em um estaleiro de Belfast, Irlanda, para ser o maior transatlântico do mundo. Maior em tamanho e luxo que os concorrentes, Mauritânia e Luzitânia da Cunard Line.

Às 23:40 h do dia 14 de abril de 1912, ele bateu na lateral de um iceberg e teve o casco avariado; em três horas afundou. Setenta e três anos depois (1985) ele foi encontrado por uma expedição franco-americana a 4.000 metros de profundidade.




UMA PARÁBOLA PARA A IGREJA DOS DIAS DE HOJE

Um homem  decidiu construir um grande navio e o batizou com o nome de Titanic. Era para ser o maior  barco que jamais navegara pelo oceano. Quanto ficou pronto, seu construtor contratou uma tripulação para fazer a grande viagem de inauguração:  A travessia do Velho  para o Novo Continente.

A tripulação do navio, a princípio humilde, ao ser apresentada pelo engenheiro àquele colosso, ficou tão envaidecida a ponto de espalhar pela cidade que oTitanic era  insubmergível. E esta confiança cega e inabalável foi o primeiro passo para o desastre.

Em sua primeira viagem, o Titanic transportava 2.208 pessoas, mas levava apenas 20 barcos salva-vidas que mal dava para acudir 1.178 passageiros em caso de naufrágio. 

O Titanic navegava  em um mar gelado no começo da primavera. Grandes icebergs tinha sido vistos por outros navios que navegavam por aquela rota. Um deles enviou notícias que foram captadas pelo telégrafo do Titanic. 

O operador do telégrafo estava tão confiante naquele gigante de aço que decidiu não entregar os alertas ao comandante do navio. Este foi o segundo passo.

Os dois atalaias do barco subiram até o cesto da gávea mas não levaram nenhuma luneta para enxergar ao longe. O 3º erro para o desastre. E foi assim que somente viram o iceberg à frente, a apenas 500 metros de distância.

O alarme foi tocado. 

O comandante viu o perigo, mas em vez de mandar parar as máquinas e diminuir a velocidade, decidiu  desviar do iceberg. O tempo foi muito curto e a manobra somente conseguiu o desvio de poucos graus.  O quarto erro.

Em menos de um minuto um leve tremor aconteceu por todo Titanic. Teve gente que nem percebeu. 

No impacto do casco de chapas de duro aço com a borda da montanha de gelo flutuante, alguns rebites saltaram e abriram-se grandes vãos, pelo desprendimento das chapas uma das outras. Se houvesse brecha em um ou dois compartimentos o navio “inafundável” conseguiria chegar ao destino, mas com o impacto, seis compartimentos foram atingidos e inundados. O diagnóstico do engenheiro construtor foi fatal: não havia mais salvação para o Titanic.  Seu destino não mais seria Nova York, mas o fundo do mar.

Das 2.208 pessoas que estavam a bordo do Titanic, 1.176 morreram afogadas ou de hipotermia no mar.  Isto aconteceu  pela omissão de um operador de telégrafo que recebeu vários alertas, mas não os levou à ponte de comando;  da imperícia de um Capitão que não soube diminuir a velocidade do barco para desviar do iceberg; e da negligência de uma companhia que não levou barcos salva-vidas suficientes por avareza.

UMA INTERPRETAÇÃO CONTEXTUALIZADA

A construção de um grande navio pode representar a vaidade humana à frente de uma denominação religiosa. O  mar é  mundo e sua cultura secular.  O destino da viagem está registrado na Bíblia. Quem envia as mensagens sobre o perigo  é a voz do Espírito Santo.  O texto da mensagem alerta sobre o perigo do pecado. 

Os operadores do telégrafo são os profetas da Igreja. A mensagem tem como destino a ponte de comando. Na ponte de comando estão o líder da denominação e seus ministros

A base de flutuação da Igreja são as famílias. Ela é divida em compartimentos. Os “compartimentos” onde não pode entrar a “água” gelada do mundo são: 

1) As crianças; 

2) Os adolescentes; 

3) A juventude;

4) Os chefes de família – pais e mães;

5) O louvor;  

6) Missões e evangelismo; 

7) O Ministério da Igreja.

O leme do navio é a oração pessoal de seus líderes.  A luneta para enxergar mais longe do alto do cesto da gávea, é o jejum.  

A ponta do iceberg é o pecado da soberba.  A parte maior da montanha de gelo que fica submersa, é a teologia da falsa prosperidade,  aquele velho “canto da sereia” que o diabo pregou para Jesus na tentação do deserto.

Á água que entrou nos compartimentos e fez o navio ir ao fundo, é a corrupção que cai dos canos de esgoto da cultura  deste mundo rebelde a Deus: Das novelas cheias de adultério, dos filmes violentos, da pornografia na internet, propaganda de bebida alcoólica, dos bailes gospel agora nas festas de casamento de crentes, das revistas masculinas, do homossexualismo, da pedofilia, das baladas noturnas, da  moda indecente, do namoro fornicário – etc.

Os barcos salva-vidas representam a salvação pela graça de Deus. Os 20 barcos salva-vidas do navio, insuficientes para salvar  todos passageiros, representam a negligência da liderança da Igreja que não se preocupou nem com a volta de Cristo nem com  o discipulado dos membros.

Por quê, 100 anos depois o naufrágio do Titanic nunca foi esquecido? Talvez para lembrar de umas coisas muito  importantes:

1. Nossos olhos e ouvidos podem podem ser  enganados através de palavras persuasivas de um publicidade enganosa;

2. Para enxergar a realidade dos fatos é preciso ser exigente. Um barco com 2.200 pessoas, não pode ter apenas 20 barcos salva-vidas, para o caso de um naufrágio. A menos que coubessem 120 pessoas, em cada. Mas não cabe.

3. Que não se pode confiar a vida espiritual de nossa família a uma igreja de faz-de-contas cujo barco não vai chegar ao destino.

4. O Titanic não afundou por causa de um erro, mas por uma sucessão deles: Falsa confiança, falta de barcos salva-vidas,  falta de responsabilidade, falta de lunetas, falta de conhecimento, falta de perícia e falta de treinamento. 

5. Muitas vidas que hoje estão servindo ao Senhor em certas Igrejas, não estão percebendo aquilo que as pessoas de fora estão cansadas de ver e saber. Aí vai uma lista:

  • Falta temor de Deus da liderança que não ora nem combate o pecado. 
  • Ganância escancarada e sistemática em cima do bolso dos fiéis,
  • Uso das atividades da Igreja para enriquecimento pessoal, 
  • Compra de Redes de Televisão com o dízimo dos fiéis, para transmitir programas imundos produzidos na latrina do diabo;
  • Troca do ministério pastoral por cargos de representação política. O santo pelo profano.
  • Pregação de um evangelho escancaradamente antropocêntrico: “Crê no Sr. Jesus, e serás rico, tu e a tua casa”;
  • Uso do nome de Deus para fazer coisas que Ele nunca mandou; 
  • Permitir e fazer vistas grossas para o pecado contra a família: adultério, divórcio, fornicação, sob a desculpa de que Deus quer apenas o coração, e uma vez salvo, salvo para sempre!

Conclusão: Se você está ciente de tudo isto, e a metade dessas coisas estão acontecendo onde você congrega, abra bem os olhos. Mais dia, menos dia, a  fé da sua família pode ir a pique!

Esse artigo foi republicado com a permissão de Olhar Cristão

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